domingo, 28 de abril de 2013

TORCEDORES SÍMBOLOS 1930: JOÃO DE LUCCA

João de Lucca, que conduziu a Torcida nos anos 1930, 40 e 50. 
Um torcedor “alto e de voz mansa”, que não teve a mesma projeção dos anteriores. Expansivo, como bom descendente de Italianos, ia para arquibancada de megafone em punho animar a massa. 
Morreu na década de 1960 como Benemérito do Vasco 
Fonte: O Clube Como Vontade e Representação: O Jornalismo Esportivo e a Formação das Torcidas Organizadas de  Futebol do Rio de Janeiro de Bernardo Borges Buarque de Hollanda, Editora 7 Letras

QUEM É JOÃO DE LUCCA
Ingressando no Vasco em 1930. De Lucca, tornou-se atleta, da seção de Basquetebol, de onde acabou Diretor, cargo que ocupou depois nas divisões de pugilismo e festas. Já em 1942 surgia como Conselheiro do Vasco, posto que até hoje ocupa. Dentre as muitas campanhas das quais participou podem-se citar as de cunho financeiros a de novos sócios, na qual mereceu uma medalha de ouro por ter conseguido mais de 1.600 sócios, a frente inclusive do conhecido Aleluia, e a volta de Ademir, quando levantou a importância necessária para a compra do passe do extraordinário jogador.
Tal era a dedicação de João de Lucca pelo Vasco que, em 1945, a própria imprensa desportiva o condecorava com uma medalha por ter sido escolhido o jogador número 12 do Vasco da Gama. A página seria pequena para enumerar os serviços prestados ao Vasco da Gama por De Lucca.
Fonte: Jornal Diário Carioca 04 de Novembro de 1961

Torcedores Símbolo João de Lucca Jornal Correio da Manhã 1946


TORCEDORES SÍMBOLOS 1930: AFFONSO SILVA, O POLAR

Na década de 1930, apareceu o segundo líder Vascaíno, Affonso Silva, o Polar, assim apelidado em alusão a uma marca de sorvete por ele mesmo lançada, era um “mulato majestoso e bem vestido”, que se postava à frente das cadeiras sociais de São Januário, com sua bengala de junco empunhada à maneira dos jogos de rúgbi e baseball norte-americanos, tal como exibiam as fitas das salas de cinema na época. Esteve em tal condição até o concurso de Embaixador e de Embaixatriz para a Copa do Mundo de 1930, quando perdeu a eleição na categoria masculina para Oswaldo Menezes, do Flamengo, que não chegava a ser Chefe de Torcida.
Polar se meteu a Chefe de Torcida do Vasco. Nem todo mundo, em São Januário, gostou daquilo. O Polar, um reclamista, Chefe de Torcida. Durante a semana o Polar andava pelo meio da rua, um dia era o Soldado do Flip, outro era o Frankenstein, outro era o Corcunda de Notre Dame. No domingo vestia-se de branco, com uma camisa bem apertada no peito, ia para a pista de São Januário. E lá de baixo mandava, com um vozeirão de camelô, todo mundo gritar Vasco. Se muita gente não gostava de obedecer ao Polar, quem era o Polar para dar ordens?
João de Lucca gostava. Para onde o Polar ia, ele ia. Se o Polar era o Chefe da Torcida, ele era o Sub-Chefe.
Polar, aliás, considerava o João de Lucca como uma espécie de Sub-Chefe.
O Polar tinha treinado a voz. Era speaker das lutas de boxe do Estádio Brasil. Quando ele, no meio do ring, gritava o nome, a nacionalidade, a categoria e o peso de um boxeur, quem estava no último degrau das gerais, lá em cima, ficavam com os ouvidos doendo. Ele não precisava de megafone. Com ele era no peito. Os torcedores das cadeiras numeradas tinham que tampar os ouvidos. Por isso quando ia comandar a Torcida do Vasco, o Polar ficava na pista de atletismo de longe.
E parecia que uma porção de gente estava gritando. Era ele, era o João de Lucca, era uma meia dúzia de Vascaínos.
João de Lucca ficava logo sem voz, mas continuava a abrir e fechar a boca.
A voz do Polar chegava para os dois. Um dia os Vascaínos se acostumaram com o Polar.
Já havia Vascaínos de dinheiro que simpatizavam com ele.
“Passe lá por casa, eu tenho uns anúncios pra você”. O Polar passava pela casa do Vascaíno, arranjava mais propaganda. Não andava pela rua só de tarde, como antigamente. Era o dia todo.
A gente via o Polar com uma roupa, daqui a pouco ele estava com outra roupa. Parecia um Fregoli. Também morava na Cidade. Era só dobrar a esquina, mudar de roupa e voltar para a rua.
Fonte: Jornal Globo Sportivo 09 de Setembro de 1948

Torcedores Símbolo Polar Jornal Crítica 1930

Torcedores Símbolo Polar Jornal Globo Sportivo 1948


TORCEDORES SÍMBOLO 1922: PARADANTAS

Ruidosamente, o primeiro Chefe de Torcida a sacudir o futebol brasileiro com a sua acintosa desinibição foi o Vascaíno Paradantas.
Paradantas era caixa do Banco Ultramarino, como tal, português, e ainda como tal, adepto do Vasco.
Andava-se por volta de 1922 quando ele entrou em cena. 
O Vasco, de papagaio empinado com a sua subida de Segunda para a Primeira Divisão da Liga, despertou-o para uma façanha inédita: fazer uma bandeira especial e assumir o comando da Torcida cruzmaltina.
Franco, transbordante de gestos e de frases, segundo o historiador José da Silva Rocha, “foi esse homem que encarnou a unidade Vascaína onde quer que o time se apresente para jogar.”
“Não lhe faltava confiança e fé nas representações do Clube. Seu grupo distinguia-se pela imensa bandeira que levava a ondular, entusiasmando os companheiros com seus gritos de guerra.”
Para José da Silva da Rocha, o Rochinha, antigo Presidente do Vasco, “o velho Paradantas e sua grel distinguiam-se em qualquer parte.”
“Mas era quase sempre no campinho do São Cristóvão, que dava fundos para a casa onde morava, que ele mais se agitava montando coreto e erguendo bandeiras, “para alegrar os Vascaínos e enfurecer seus inimigos.
Fonte: Jornal dos Sports 06 de Maio de 1976
Em 1934 Paradantas tornou Secretário do Vasco, foi uma grande aquisição, é um Vascaíno de fibra e qualidade.
Casado com Dona Emília e dessa união tiveram uma filha Gertrudes e o filho Fernando.

Torcedores Símbolos Paradantas Jornal dos Sports 1976

Torcedores Símbolo Paradantas Jornal Gazeta de Notícias 1934

Torcedores Símbolo Gertrudes filha de Paradantas  Revista Vida Doméstica 1924

Torcedores Símbolo Paradantas Jornal O Radical 1937

Torcedores Símbolo Paradantas Jornal O Radical 1940