segunda-feira, 6 de maio de 2013

TOV 1956: DULCE COMANDA A TORCIDA ORGANIZADA

Em 1956, o Vasco tinha uma Torcida Uniformizada, mas não Organizada.
Entre os participantes ativos estavam Domingos Ramalho, Tião (Sebastião Gonçalves Carvalho), Zé Fonseca, Dulce Rosalina, Madame Bastos, Idalina David Barbosa, Teresinha, Aida de Almeida, Marina, Hilda David Barbosa, Marlene, Conceição, Ermelinda e Norma Uchoa, principalmente.  
Aquela turma empurrara, tremendamente, o 
time, na vitória, por 2 x 1, sobre o Flamengo, na tarde do domingo 18 de Março de 1956, deixando o Treinador Martim Francisco deslumbrado com a força que saía das arquibancadas. Martim ainda era treinador do América, que levara ao título do terceiro turno do Campeonato Carioca, na véspera.
Como andava brigado com o “Diabo” e já estava enfeitiçado pelo “Almirante”, no dia seguinte, compareceu ao vestiário Vascaíno, após os 2 x 1 sobre os rubro-negros – dois gols de Pinga.
Depois do clássico, Erasmo Porto apresentou Dulce Rosalina a Martim Francisco. 
Ele pediu-lhe: “Organizem a Torcida, que eu darei o Campeonato ao Vasco”. 
Dois dias depois, ele mandava o “Diabo” para o inferno e seria anunciado como treinador da “Turma da Colina”, substituindo Flávio Costa.  
Tão empolgada quanto ele, a patota levou a sugestão a sério e, rapidamente, se estruturou.

NOVA DIRETORIA
Presidente (Chefe): Dulce Rosalina
Tesoureiro: José Fonseca
Vice-Presidente: Idalina David Barbosa
Diretora Social: Madame Bastos
Ramalho seguiu como uma espécie de maestro, mandando clarinadas em um canudo de mamona.
Do lado da Diretoria, João Silva era um colaborador.

E, assim, pelo incentivo do treinador, surgiu a primeira mulher brasileira chefiar uma Torcida de Clube de futebol, Dulce Rosalina, até hoje considerada a torcedora-símbolo do Vasco.
Antes de Dulce, uma torcedora de nome Margarida Portugal Lourenço era quem liderava. Ela andava triste, pela perda do pai, e afastou-se do ofício. 
Foi então que outros Torcedores-Símbolos, como Tião e Ramalho, e até o Presidente Vascaíno, Arthur Pires, convocaram Dulce para suceder a amiga tristonha.
Naquele mesmo 1956, ela passou a dirigir a Torcida Organizada do Vasco.
Criou concurso de baterias e lançamento de papel picado pelos Estádios à entrada do time no gramado. Martim Francisco recebia aquilo como um grande incentivo à equipe, que tinha no zagueiro e capitão Hideraldo Luiz Bellini o atleta mais admirado pela galera.
“Foi o ídolo que deixou mais saudade”, declarou Dulce à Revista do Esporte.

TOV Dulce Rosalina e Domingos Ramalho 1956