quarta-feira, 23 de abril de 2025

VASCO 2023: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", RESISTIREMOS

                                                                                                         “NO VÁS BAJAR”

                                                                           Técnico Argentino do Vasco, Ramon Dias

 

RESISTIREMOS

 Mais um ano de muitas dificuldades para o torcedor vascaíno que viu novamente em campo um elenco que decepcionou em todas as competições disputadas.

O melhor mesmo ficou nas arquibancadas e nas redes sociais quando o clube e seus torcedores deram um show de apoio e amor ao Vasco da Gama. Talvez a maior motivação era a celebração do centenário do primeiro título da lendária época dos Camisas Negras (1923-2023).

A temporada começou com uma triste notícia: o maior ídolo do clube, o ex-atacante Roberto Dinamite, morria em 8 de janeiro. No dia seguinte uma multidão de torcedores vai ao estádio de São Januário para se despedir do seu artilheiro. Ao longo de sua vitoriosa carreira, Roberto formou várias gerações de torcedores. Até o presidente Lula fez questão de elogiar o jogador: “admirava muito o seu futebol bonito, ofensivo”.

E por falar em atacante, a grande promessa de gols para o Vasco para este ano era Pedro Raul. A contratação do artilheiro do campeonato brasileiro do ano anterior criou uma forte esperança de manter a tradição do Clube da Colina ter os melhores atacantes do país.

De janeiro até o início de abril foi disputado mais um campeonato carioca sem o brilho das décadas passadas. O time do Vasco conseguiu empolgar pouco a sua torcida (ficou em 3º lugar). Apenas uma vitória sobre o Flamengo na Taça Guanabara mereceu destaque, mas já em março éramos eliminados pelo mesmo rival nas semifinais do segundo turno. O desastre seria completado com a eliminação precoce na Copa do Brasil para o ABC em pleno estádio de São Januário. Os resultados colocaram a torcida em alerta máximo para o restante da temporada.

Retornando a Série A, os vascaínos surpreendem a todos com dois ótimos resultados diante de favoritos ao título. Logo na estreia em Minas (15/04), vencem o Galo e , no Maracanã, diante de um ótimo público (quase 60 mil pagantes) empatam com o Palmeiras. Entretanto, a realidade vai se mostrando tenebrosa nas próximas rodadas. O fantasma do rebaixamento volta a rondar. Especialmente durante o período de maio a julho quando perdemos 10 partidas em 11 jogos disputados. O maior alvo da ira dos torcedores era o técnico Mauricio Barbieri. Sua “cabeça” era pedida diariamente nas redes sociais. O ápice da revolta explodiu em São Januário diante do Goiás. O protesto envolveu torcedores que atiravam sinalizadores nos jogadores e depois em diversos confrontos contra os policiais. Embora todos estes incidentes não tivessem feridos com gravidade acabou com a decisão da Justiça proibindo a presença do público nos próximos 90 dias. As razões da punição ao clube motivada por preconceitos e argumentos suspeitos ao considerar a localidade “cheia de insegurança para chegar e sair”, reacenderam o sentimento de injustiça que sofremos ao longo da História.

Para reverter esta situação, a diretoria contrata um novo técnico Ramón Días assume o comando do time em 15 de julho.  O novo treinador foi enfático na lição de otimismo que queria passar aos seus comandados: o elenco iria lutar até o final para sair daquela situação vergonhosa.

Fora de campo surgia um novo mascote vascaíno após o vídeo de uma criança ao ver a mãe depois de 16 dias em estado de coma viralizou em toda a internet. Era o início da “fama” de Guilherme Moura de apenas 8 anos e uma paixão avassaladora pelo Vasco. Logo o carisma do menino vai ganhando espaço na TV e nas redes sociais.

Adotado pela torcida ele faz sua estreia no Maracanã no jogo do returno contra o Atletico Mineiro. A vitória, o bom público (mais de 50 mil) e a apresentação do francês Payet renovaram as esperanças dos vascaínos num dos melhores momentos do ano. No mesmo período tivemos o lançamento de duas importantes biografias de ídolos do passado. Uma sobre o atacante Russinho, pelo historiador Bruno Pagano e outra pelo jornalista André Felipe Lima, sobre o Príncipe Danilo Alvim, ídolo dos anos 40 e 50 quando integrou o famoso Expresso da Vitória.

O bom momento se prolongaria até setembro quando o clube pode depois de 3 meses de punição novamente contar com a presença de seus torcedores em São Januário. Na goleada contra o Coritiba (5 a 1) foi montado um mosaico em 3D com a palavra “Resistiremos”. Além disso, diversos eventos foram realizados para homenagear a primeira geração vitoriosa do futebol. Na UERJ um debate com o auditório lotado. Depois ocorreu o lançamento da 3ª camisa do clube.

Apesar do bom rendimento no returno (ficamos com a 7ª melhor campanha), o time apresentava muitos altos e baixos. Algumas derrotas vergonhosas (goleadas para o Santos – com a provocação de Soteldo) e a goleada em casa diante do Corinthians (uma vitória deixaria fora da ameaça de rebaixamento). Não faltou emoção para a torcida que lotou seu estádio em todos os jogos em que foi mandante (mantendo a média de público de cerca de 20 mil). No final, com muito sofrimento, garantimos a última vaga. Festa e alívio geral.

Para finalizar temos uma reflexão necessária pois os últimos públicos presentes no estádio de São Januário trouxeram muito orgulho para os vascaínos pois a sua torcida conseguiu dar uma inesquecível lição de amor ao clube no apoio constante ao time conseguindo lotar o estádio (média de 20mil pessoas) e esgotar a venda dos ingressos em poucas horas em todas últimas partidas. No entanto, há que se considerar outros dados estatísticos para uma análise mais realista. De todos os 20 clubes que disputaram o Brasileirão em 2023 ficamos apenas na 14ª posição (20.800) e a média dos rivais cariocas foi superior. É claro que é preciso levar em consideração que Fluminense (29.783), Botafogo (26.601) e Flamengo (54.449) obtiveram bons resultados em campo e sempre estiveram entre os 8 primeiros colocados. Outro dado relevante é que este ano tivemos recorde de média público em comparação com todos os campeonatos brasileiros anteriores (26.524), superando o ano de 1983 (22.953). Sendo assim é preciso dar toda atenção na política a ser adotada pelos dirigentes vascaínos nos próximos anos sobre a ampliação do nosso estádio e/ou a utilização do Maracanã.

Fonte: Livro “100 anos da Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.

Vasco Aquecimento da bateria São Januário 2023

Vasco aquecimento da bateria São Januário 2023

Vasco aquecimento da bateria São Januário 2023

Vasco Gazeta Esportiva 2023


VASCO 2020: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", UM VÍRUS NOS ESTÁDIOS

                                                              “ A História do Vasco deveria ser ensinada nas escolas”

                                                                                        Luiz Antônio Simas, escritor

 

                                         UM VÍRUS NOS ESTÁDIOS

 

Para renovar o elenco desta temporada o presidente do Vasco Alexandre Campello contratou o atacante argentino German Cano que foi recebido com uma grande festa pela torcida no aeroporto. Entretanto, o futebol deste fatídico ano teve como problema maior derrotar outro inimigo que enfrentaríamos fora das quatro linhas. O vírus que surgiu na China no fim de 2019 parecia uma ameaça pouco remota. Parecia ...

Para arrumar o time nossos problemas começaram com saída do técnico Wanderley Luxemburgo que havia conseguido dar um padrão de jogo ao time no ano anterior. Para o seu lugar assumiu Abel Braga que não arrumou um time equilibrado e logo nas primeiras rodadas revoltou a torcida ao declarar após a derrota para o Flamengo na Taça Guanabara que “o jogo foi lindo”. Logo começaram os protestos em campo e nas redes sociais, o técnico Abel tentou minimizar o fato: “A torcida me conhece bem. O torcedor é soberano. Problema zero. Eu gosto dessa torcida porque quando joguei aqui, com essa camisa, a minha alma ficava lá. Estou tentando fazer isso com esse time".

As derrotas e o desempenho pífio do ataque vascaíno provocaram a derrubada de Abel ainda em fevereiro. Neste início de caminhada somente dava para comemorar as realizações de fora das quatro linhas. Uma delas foi o primeiro desfila da União Cruzmaltina. Formada por vários integrantes das torcidas, a agremiação carnavalesca desfilou no Na Intendente Magalhães no Grupo de Avaliação. Outro fato marcante foi a comemoração dos 50 anos de fundação da Força Jovem do Vasco (1970-2020), completado no dia 19 de fevereiro. Apesar de afastada dos estádios (proibida pelas leis desde 2014), vários integrantes fizeram questão de reverenciar a maior torcida organizada do clube durante vários anos.

Entrou o mês de março e a torcida deu uma grande manifestação de apoio ao clube comparecendo mais de 30 mil pessoas no estádio do Maracanã no jogo contra o ABC válido pela 2ª rodada da Copa do Brasil. Na semana seguinte, agora em São Januário, o Vasco era derrotado pelo Goiás na 3° rodada e os alvos só aumentaram contra Abel e o presidente Campelo. Mas as notícias de uma pandemia mundial se aproximando do país eram cada vez mais evidentes. No dia 13 de março já era uma realidade que o Brasil entrava na rota definitiva da Covid.

Com a paralisação de várias atividades econômicas e a proibição de aglomerações, as praças esportivas tiveram que ser fechadas por um bom tempo. Não foi um momento tranquilo para ninguém, a cada dia um amigo, um conhecido ou parente era internado. Muitos não resistiram. Entre eles estavam famosos vascaínos, como o escritor Rubem Fonseca. (falecido em 15 de abril) e depois o músico Aldir Blanc (morte em 4 de maio).

Nas redes sociais os torcedores se mobilizam para ajudar os mais necessitados que perdiam os seus empregos. Até mesmo e ex-presidente da república Lula, através da internet pede para os torcedores vascaínos ajudarem aos ambulantes do estádio de São Januário, fruto de uma campanha promovida pala cantora vascaína Teresa Cristina.

Em maio, o destaque foi a exibição na Rede Globo da conquista da Taça Libertadores em 1998, com grande audiência, os torcedores mataram saudade de um time e uma época que o Vasco dominou o futebol sul-americano.

Apesar de vários protestos de grupos de torcedores no Rio de Janeiro e em São Paulo, que inclusive ocuparam as ruas unindo torcidas rivais, o futebol voltou em julho. No primeiro jogo depois das paralisações, na continuação do campeonato carioca os jogadores do Vasco se unem aos jogadores do Macaé e fazem um protesto lembrando o assassinato de um negro americano que mobilizou o mundo inteiro. Os jogadores se ajoelham juntos ao redor do grande círculo para lembrar dos protestos intitulados “Vidas Negras Importam”.

Após a péssima campanha no campeonato carioca, o Vasco contrata o ex-jogador Ramon Menezes para comandar o time para a Copa do Brasil e para o nacional de 2020. No início de agosto mesmo com um número elevado de novas infecções e mortes por causa da pandemia os clubes se prepararam para o campeonato Brasileiro. E foi neste mês que o Vasco viveu seu melhor momento no ano. A primeira boa notícia foi a recuperação do ex-médico Clóvis Munoz curado da doença. Ainda neste período o clube alcança bons resultados e assume a ponta do campeonato nacional (algo que não acontecia desde 2012). Também neste período é lançado o livro do geógrafo Leandro Fontes: “Vasco, o clube do Povo”. Ainda nesta época o presidente Alexandre Campelo anuncia um audacioso e polêmico projeto de reestruturação de São Januário, transformando o estádio em modernidade e aumentado a sua capacidade para 45 mil pessoas.

Com os torcedores impedidos de se reunirem nos estádios restava como novas alternativas os canais da internet e suas lives. Era o torcedor mantendo acesa a sua paixão através dos criativos formatos de acompanhar o futebol que não fosse através de sua presença no estádio. Aliás, as transmissões esportivas contaram com um apoio marcante de DJs em todos os campos esportivos que utilizavam os sons dos “gritos de guerra” das suas respectivas torcidas. Em São Januário, não foi diferente e assim era possível matar a saudade e fingir que o campo estava repleto de torcedores. Mas a realidade é que o lamento do “novo tempo” era o sentimento mais frequente. Como lembra o casal de vascaínos Mauro Araujo e Carolina Santos: “nunca ficamos tanto tempo longe de São Januário. Oito meses parece uma eternidade”, reclama o casal pela internet.

E foi pelas redes sociais que o torcedor se reinventou com a ampliação de “lives” e grupos de WhatsApp que se proliferaram neste momento. E a temática se concentrava na péssima campanha do time em outubro e novembro e na disputa acirrada pela presidência do clube. Três foram os principais adversários que dividiram as atenções dos torcedores. Leven Siano (Somamos) Jorge Salgado (Mais Vasco) e Júlio Brant (Sempre Vasco) trocaram muitas acusações entre si mostrando que a paz no ambiente político do clube estava longe. Inicialmente a vitória ficou com Leven Siano que venceu no dia 07 de novembro com votação presencial. Mas em seguida os derrotados apelam para a Justiça que remarcou para 14 de novembro.

O mês de dezembro foi tenso para os vascaínos com a indefinição da eleição para presidente do clube, a péssima campanha do time no campeonato nacional ficando na zona de rebaixamento e aumento dos casos de covid na cidade do Rio de Janeiro. Somente no dia 21 é que foi definido pela Justiça que o resultado válido foi o que consagrou Jorge Salgado como novo presidente do clube.

​O ano terminou sem a torcida poder sonhar com o time se mantendo em disputar a Serie A do campeonato nacional no ano seguinte pois o calendário foi estendido até fevereiro de 2021. Um ano para esquecer em todos os sentidos.

Fonte: Livro “100 anos da Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.

Guerreiros do Almirante foto Marcelo Teobald 2020

Mancha Negra O Globo 2020

Guerreiros do Almirante O Lance 2020


sábado, 19 de abril de 2025

FORÇA JOVEM 1994: VASCO X FLAMENGO: MARACA VIVE TARDE DE GALA E DE EMOÇÃO

Num dia de homenagens a Dener, Torcida viu até show de paraquedismo.

Foi o jogo das homenagens ao craque Dener. E o espírito do jogador, com certeza, já pode descansar em paz, pois o público de mais de 100 mil pagantes prestou as devidas honras ao ex Vascaíno. Nem a derrota da equipe de São Januário, arranhou a lembrança do moleque de pernas tortas e de jogadas geniais. Já por volta das 15 horas, o artista Eri Johnson, Vascaíno roxo, afirmava que a partida tinha um sabor especial para todos os torcedores.

“Quando o jogador é craque, ele deixa de ser de um clube. Ele passa a ser de uma pátria”, explica o artista.

E era mesmo uma pátria inteira que entrava pelos portões do Estádio. As duas Torcidas invadiam o “maior do mundo” como se fosse sua sala de estar. A multidão, se colorindo de vermelho, preto e branco ia tornando conta das dependências do Maracanã. A festa deixava de ser uma promessa e passava a ser realidade. Não havia espaço para outro assunto que não fosse futebol.

Os olhos atentos das arquibancadas vibraram quando um grupo de paraquedistas pousou no gramado, em homenagem ao ex-craque morto na última terça feira. A Torcida Força Jovem do Vasco contratou seis paraquedistas para descerem, no centro do campo, trazendo, cada um, uma bandeira. O primeiro a descer, trouxe uma bandeira negra com o nome de Dener escrito em branco. Foi aplaudido pelo Estádio inteiro.

Depois, desceu o segundo, o quarto, o quinto e o sexto paraquedista.

O terceiro “homem dos céus” calculou mal sua velocidade e o vento, e acabou parando na marquise do Estádio.

A essa altura, não havia mais aquele tradicional cordão de isolamento, separando as duas Torcidas na arquibancada.

Quando os dois times entraram, a festa foi geral. Uma fumaceira vermelha e preta, vindo do lado rubro negro, se misturava com a laranja e com os papéis picados, que saiam da cruzmaltina. Os coros de Vascôô e Mengôô ecoavam pelos anéis superiores do Maracanã, aumentando a adrenalina de todos.

O minuto de silêncio foi marcado, primeiro pelos gritos de “Adeus Dener” vindos da Raça Rubro Negra. Depois, pelo coro “Olê, Olê, Olê, Olê, Dêner, Dener, imposto pela Torcida de São Januário....

Obrigado, Dener.

Fonte: Jornal dos Sports 25 de Abril de 1994

 

Força Jovem Maracanã Jornal dos Sports 1994

Vasco Dener 1994

Força Jovem Maracanã 1994

Força Jovem Jornal dos Sports 1994

quarta-feira, 16 de abril de 2025

TORCIDA FEMININA CAMISA 12 1973: O PIONEIRISMO ESQUECIDO DAS ARQUIBANCADAS CARIOCAS

Uma informação exibida em uma foto, aparentemente tirada no Museu do Futebol, afirma que a Flumulher, fundada em 2006, seria a primeira torcida organizada exclusivamente feminina já criada. No entanto, esse dado está incorreto — e apaga da história o protagonismo de um grupo que surgiu 33 anos antes: a Torcida Feminina Camisa 12.

Criada em 09 de Maio de 1973, a Camisa 12 é reconhecida como a primeira torcida organizada composta apenas por mulheres no estado do Rio. Sua estreia aconteceu durante a decisão da Taça Guanabara, quando 50 mulheres uniformizadas ocuparam as arquibancadas para torcer pelo Vasco da Gama. Das integrantes, 15 usavam shorts brancos e as demais, calças brancas ou pretas.

Mesmo sem instrumentos musicais tradicionais, como bateria ou banda, elas não passaram despercebidas. Cada torcedora levava uma bandeira e um instrumento de madeira criado por elas, apelidado de “castanhola de torcedora”, para compensar a falta de instrumentos musicais.

A ideia surgiu de forma espontânea, como contou uma das fundadoras: “Somos do Vasco, gostamos dele, então por que não organizar uma torcida só de mulheres?”. A iniciativa liderada por Iara tinha objetivos claros: aumentar a representatividade feminina nas torcidas, manter o grupo exclusivamente feminino e até evitar a comercialização das camisas para homens.

O principal critério para fazer parte da Feminina Camisa 12 era: ser uma mulher apaixonada pelo Vasco. Como elas mesmas diziam: “Apenas mulheres apaixonadas (pelo Vasco, é claro!)”.

Nós, como Vascaínos, temos o papel de resgatar e reconhecer o papel pioneiro da Feminina Camisa 12, não só para a história do clube, mas também para a visibilidade das mulheres no futebol brasileiro.

Flumulher


Vasco Feminina Camisa 12  1976


Vasco Feminina Camisa 12  1980


Vasco Feminina Camisa 12  1991


sábado, 12 de abril de 2025

TOV 1955: FELICIDADE, TEU NOME É VASCO

“Bendito dia em que vim pra cá. Então é que vi tudo. Felicidade, teu nome é Vasco.

Esta frase foi dita por Mirim, que jogou no Vasco de 1953 a 1955.

TOV Felicidade teu nome é Vasco 1955


TOV 1991: 47 ANOS DE EXISTÊNCIA

Informo aos leitores do Bate-Bola, que foi um verdadeiro sucesso e uma grande confraternização, os 47 anos de existência da Torcida Organizada do Vasco (TOV), comemorados neste final de semana no Estádio de São Januário.

Contamos com as presenças da Máquina Tricolor (Grêmio), Inferno Verde (Goiás), Galoucura (Atlético MG), Força Independente (Botafogo) e as demais facções do Vasco.

No sensacional futebol, a equipe da TOV, que continua invicta, goleou impiedosamente a Força Independente (Botafogo) e a força Jovem do Vasco pelo placar de 19 a 3. Convoco a todos os atletas da TOV, para participarem neste sábado as 10 horas, em São Januário, da revanche que nos foi dada pela coima Tulipas Vascaínas. Contamos com a presença de todos. (20/03)

SÃO 47 ANOS DE LUTAS, GLÓRIAS, ALEGRIAS E TAMBÉM DE TRISTEZAS

Foi no dia 07 de Março de 1944, num certo lugar, em uma determinada hora, que surgia a Torcida Organizada do Vasco (TOV), celeiro dos torcedores.

A TOV é a “musa” inspiradora de todas as outras facções Vascaínas, espalhadas pelo Brasil.

É a primeira Torcida Organizada. Uma Torcida ousada, como o nosso querido Vasco, que quebrou a barreira existente pela sociedade e admitiu a primeira mulher na presidência de Torcida.

Não é possível contar a história do Vasco da Gama, sem falar da TOV. São 47 anos de lutas, glórias, alegrias e também de tristezas. A TOV é, acima de tudo, a coima de todas as Torcidas Vascaínas. São 47 anos de amor a este clube, acompanhando a Cruz de Malta independente do esporte. O interesse é levar o seu grito de guerra inigualável. São 47 anos de conquistas e títulos, onde fez de você a escola de torcedor. Não somos a maior. Somos a melhor. Somos o espelho de todas as outras Torcidas Vascaína. Parabéns TOV

Silmar Outeiro Pereira, Relações Públicas da TOV, Rio (23/03)

Fonte: Jornal dos Sports 20 e 23 de Março de 1991

TOV Jornal dos Sports 1991

TOV Jornal dos Sports 1991

TOV São Januário 1991

TOV São Januário 1991


sábado, 5 de abril de 2025

VASCO 2017: CARNAVAL, ATLETISMO, LUTA, GOLS ... SÃO JANUÁRIO COMPLETA 90 ANOS DE VIDA

Estádio é palco de cena esportiva, política e cultural desde 1927. Veja entrevistas, estatísticas, fotos raras e curiosidades da casa histórica do Vasco da Gama

Por Alexandre Lage, Fabio Penna e Raphael Zarko — Rio de Janeiro

O estádio Vasco da Gama, conhecido como São Januário desde antes da fundação pela referência da rua de acesso, completa 90 anos nesta sexta-feira. A história deste templo do futebol brasileiro se mistura com a cena esportiva, política e até artística nacional e começa bem antes da inauguração dia 21 de abril de 1927.

Em material especial, o GloboEsporte.com publica em duas partes homenagens ao histórico palco vascaíno. Com entrevistas e fotos raras, a reportagem abaixo traça a linha do tempo do estádio.

 A luta

Campeão carioca de 1923, o Vasco foi excluído da liga de futebol do Rio de Janeiro. Se antes precisava eliminar 12 atletas negros, operários – “de profissão duvidosa”, como diziam os dirigentes da liga -, o que foi prontamente recusado e gerou a "Resposta Histórica", agora o time que antes jogava de aluguel precisaria ter seu campo próprio para jogar contra os times da elite. Em 1925, o clube comprou o terreno em São Cristóvão.

A campanha

As doações e a arrecadação – chamada de “Campanha dos 10 mil (sócios)” – envolveram desde comerciantes portugueses até condutores de bondes, funcionários públicos, garçons e donos de bares. Em pouco mais de 10 meses o estádio estava semipronto (faltava a arquibancada curva e os refletores) e foi inaugurado num amistoso Vasco 3 x 5 Santos. Foi o maior estádio do Brasil até o Pacaembu ser erguido em 1940, na cidade de São Paulo.

"Em 1926 há verdadeiro manifesto convocando torcedores a se associarem, a famosa campanhas dos 10 mil sócios. O Vasco ainda lançou debêntures no mercado, que o clube dava 9% de juros sobre o título. Vascaínos mais abastados, óbvio, que doaram quantias, mas a base da doação era de donos de botequim, de restaurantes, gente do comércio, trabalhadores comuns que davam suas contribuições individuais e se tornavam sócios também" (Walmer Peres, historiador do Centro de Memória do Vasco)

Anos 20 e 30: o gigante e a maior goleada

Já com a ferradura fechada e luz artificial desde 1928, o estádio do Vasco – com capacidade total de 40 mil pessoas - vira caldeirão para os adversários. A maior goleada da história centenária do clássico Vasco x Flamengo foi em São Januário, em 1931. Um impiedoso 7 a 0 no Rubro-Negro. Meses antes, outra vítima e outro recorde: 6 a 0 no Fluminense, também a maior goleada do duelo. Mas o maior placar de São Januário sairia com o "Expresso da Vitória": 14 a 1 no Canto do Rio, em 1947. Além de outros torneios, o clube ganhou na sua nova casa até a abertura do Maracanã os Cariocas de 1929, 1934, 1936, 1945, 1947 e 1949.

 Anos 40: de Vargas, JK a Prestes

Não foi só o “Expresso da Vitória” que encantou São Januário. A escola de samba Portela foi campeã em 1945, num dos três anos de desfiles no estádio. O campo do Vasco recebeu também concertos de Villa Lobos, discursos patrióticos de Getúlio Vargas, de Juscelino Kubistchek e do “Cavaleiro da Esperança” Luis Carlos Prestes, antigo inimigo político de Vargas. Os dirigentes vascaínos, acusados de apoiarem a ditadura varguista, abriram as portas para o comício de oposição do Partido Comunista do Brasil (PCB, na época), que reuniu 100 mil pessoas no estádio de São Januário.

Anos 50: boxe, vale-tudo e concorrência

Logo depois de sediar o Sul-Americano em 1949, quando passou por reformas e melhorias (o Vasco inaugura as primeiras cabines de imprensa acima da arquibancada e também instala alambrados), São Januário perde o posto de maior estádio do Rio com o gigantesco Maracanã, construído para a Copa do Mundo. Nos anos 1950, se os jogos de futebol diminuem a utilização do estádio, o campo abrigou até mesmo desafios de vale-tudo e lutas de boxe. Carlson Gracie x Passarito (da luta-livre) levou 20 mil pessoas às arquibancadas de São Januário. O ringue ficava no espaço que hoje serve de local de aquecimento do time vascaíno, à frente da arquibancada curva.

Eu sou Flamengo, a maioria da família é Flamengo. O do Fluminense era mais perto, mas o de São Januário era muito bom... Cabia muita gente" (Robson Gracie, que lutou no estádio)

 Anos 60: a fé em meio à seca

Primeiro campeão da era Maracanã - no Carioca de 1950 -, o Vasco joga menos em casa. Coincidência ou não, conhece o maior jejum estadual da história: vai da conquista do Carioca de 1958 até 1970. No período, os dirigentes colocam de pé um sonho antigo, o parque aquático - maior do Brasil à época e terceiro maior do mundo -, e também a igreja de Nossa Senhora das Vitórias - que começou a ser construída em 1955 e só ficou pronta em 1961.

Anos 70 de Dinamite, o maior artilheiro

Maior artilheiro da história de todas as edições de Brasileiros é também quem mais fez gols com a camisa do Vasco (644 gols) e em São Januário, onde marcou 180 vezes. O garoto Roberto Dinamite estreia em 1972 e inicia a trajetória de maior ídolo do clube - ele lidera o ranking dos 10 maiores artilheiros que marcaram no estádio vascaíno. Em 1975, o Vasco, com ajuda da patrocinadora Philips, troca a iluminação de São Januário. O sistema de iluminação agora tem 120 refletores espalhados em três postes com 20 refletores cada na arquibancada e 60 pela cobertura do estádio. Em 1978, no maior público oficial da história de São Januário (40.209 pagantes), o Vasco perde para o Londrina por 2 a 0

10+ goleadores da história de São Januário

1 - Roberto Dinamite (1972 a 1992) - 180 gols em 239 jogos (média 0,753)

2 - Romário (1985 a 2007) - 148 gols em 139 jogos (1,065)

3 - Ademir (1942 a 1956) - 95 gols em 98 jogos (0,969)

4 - Russinho (1927 a 1934) - 78 gols em 83 jogos (0,940)

5 - Edmundo (1992 a 2012) - 62 gols em 95 jogos (0,653)

6 - Maneca (1947 a 1956) - 45 gols em 69 jogos (0.652)

7 - Valdir (1992 a 2004) - 40 gols em 88 jogos (0,454)

8 - Ramon (1996 a 2006) - 40 gols em 91 jogos (0,440)

9 - Lelé (1943 a 1948) - 39 gols em 56 jogos (0,697)

10 - Bismarck (1988 a 1993) - 38 gols em 94 jogos (0,404)

Fonte: Centro de Memória do Vasco da Gama

Anos 80: os primeiros de Romário e a placa de Vivinho

Os primeiros gols da carreira de um baixinho, que chegaria ao milésimo em 2007 neste mesmo palco, começam a encantar os vascaínos. Romário é bicampeão carioca antes de ganhar o mundo. Em 1985, São Januário foi palco de tragédia no show da banda porto-riquenha "Menudos". Mais de 100 mil fãs foram assistir ao show. Duas pessoas morreram pisoteadas no estádio. No fim dos anos 1980, o Vasco retira a pista de atletismo para aumentar o tamanho do campo. Em 1988, o atacante Vivinho aplica três lençóis em Capitão e faz um golaço contra a Portuguesa em São Januário. O jogador, falecido há dois anos, ganhou placa da diretoria do Vasco.

Anos 90: a era Edmundo e a noite libertadora

Recordista de gols num jogo só - fez seis contra o União São João de Araras na brilhante campanha do título Brasileiro de 1997 -, Edmundo pega a linha sucessória de Dinamite e Romário. Com jogadas geniais, gols e muitas confusões, o atacante vira ídolo e símbolo da década vencedora do Vasco que começa em 1992 na conquista caseira do Carioca sem Maracanã - o time de São Januário conquistaria o tri estadual inédito com os canecos de 1993 e 1994. Em 1998, a noite inesquecível, com a vitória por 2 a 0 sobre o Barcelona de Guayaquil, em São Januário, no primeiro jogo da final da Libertadores da América, justamente no ano do centenário do clube da Colina.

"Do porteiro ao servente de pedreiro, a moça da cozinha, pessoal da limpeza, roupeiros... são pessoas que me viram crescer... A gente treinava ali, convivia... Quando você fazia um gol eram 600 funcionários fazendo junto, porque todos dependiam do seu sucesso" (Edmundo)

 Anos 2000: as quedas e o encolhimento

No segundo grande teste de público em dois anos, um incidente por pouco não virou nova tragédia. Depois de receber 36.273 pagantes para a final da Libertadores em 1998, São Januário enche para a final do Brasileiro de 2000, com 32.537 pagantes. Uma confusão na arquibancada faz a multidão pressionar o alambrado, que cede para o gramado, ferindo torcedores. Um laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli concluiu à época que havia 5.231 pessoas a mais do que a capacidade total de público do estádio. Em decisão da Justiça de 2011, a juíza Anna Eliza Duarte inocentou o clube pelo acidente e disse que a superlotação de São Januário não ficou comprovada.

Para ter ideia do encolhimento do estádio - processo natural em todo o futebol pela série de limitações que vieram junto ao Estatuto do Torcedor em 2003, aliadas a mudanças na contagem de pessoas por metro quadrado pelos órgãos oficiais, além de algumas pequenas adequações de obras no estádio -, a final da Copa do Brasil de 2011 tem 21.365 pagantes "apenas".

 Chuva de felicidade em 2011

O título da Copa do Brasil de 2011 - no primeiro jogo, vitória por 1 a 0 em casa contra o Coritiba - é a melhor lembrança recente do torcedor no seu estádio depois da maior decepção, com a queda em 2008 - o primeiro e único consumado dentro da Colina Histórica de São Januário. A comemoração reuniu milhares de vascaínos, debaixo de um temporal, dentro do campo e nos degraus de cimento, que completam 90 anos neste dia 21 de abril.

Nos últimos anos, o Vasco voltou a investir na estrutura do complexo de São Januário. Antes do aniversário do clube, dia 21 de agosto, o parque aquático deve ser reinaugurado. O campo anexo e a estrutura de recuperação de atletas são as maiores intervenções dos últimos anos.

Estatísticas gerais do Vasco em São Januário

Número de jogos: 1475

Vitórias: 965

Empates: 309

Derrotas: 201

Gols marcados: 3419

Gols sofridos: 1372

Fonte: Centro de Memória do Vasco da Gama

Bibliografia completa:

Fontes de pesquisa: livro "Memória Social dos Esportes - São Januário, arquitetura e história" (Clara Monteiro de Barros Malhano e Hamilton Botelho Malhano); site oficial do Vasco; Centro de Memória do Vasco da Gama; Sites Netvasco, SempreVasco, Casaca!; arquivo e depoimento historiadores Walmer Peres, Mauro Praiss; arquivo pessoal Antonio Soares Calçada; arquivo pessoal família Valente e Gracie; Revistas e jornais: periódicos do Vasco da Gama, "Polyanthea Vascaína", "Cruzeiro", "Sport Ilustrado", "O Malho", "O Imparcial", "O Globo", "Jornal do Brasil"; arquivos Fundação Getúlio Vargas e Partido Comunista do Brasil.

Fonte: https://ge.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/carnaval-atletismo-luta-gols-sao-januario-completa-90-anos-de-vida.ghtml

São Januário Centro de Memória do Vasco 1927

São Januário O Globo 1968

São Januário 2024


sábado, 29 de março de 2025

FORÇA JOVEM 1990: JUNTE-SE A NÓS!

Haja o que houver

Esteja aonde ele estiver

Sempre ao lado do Vasco

Para o que der e vier

Junta-se a nós!

Força Jovem 1990

Força Jovem década de 1990

Força Jovem década de 1990


MOTIVASCÃO 1984: FUTEBOL FEMININO, MOTIVASCÃO X COLÉGIO PADRÃO

Ocupando mais uma vez este espaço do mais colorido Jornal dos Sports, quero na oportunidade, o time Feminino da Motivascão continua invicto. Faremos um jogo amistoso contra o Colégio Padrão de Nova Iguaçu, onde aceitamos o seu desafio, certos de que iremos assegurar mais uma vitória. A Torcida Motivascão que vem conceituando suas modalidades esportivas, está disposta a qualquer desafio. Registrando também o nosso futebol de Salão (masculino) sog o comando de Hércules e do Valter, ambos estão se dedicando para melhor destacar o nome da nossa facção.

“Motivascão, símbolo de união objetivando o Vasco.”

Fonte: Jornal dos Sports 21 de Abril de 1984

Motivascão Jornal dos Sports 1984

Motivascão Jornal dos Sports 1984

Motivascão Maracanã 1985


sábado, 22 de março de 2025

TOV 1988: GALERA ARRECADA FUNDOS PARA SEGURAR ROMÁRIO E GEOVANI

Para manter Romário e Geovani em São Januário, Amâncio César, Chefe da TOV, uma das facções da Torcida do Vasco, está disposto a liderar um movimento de âmbito nacional para angariar fundos e cobrir as propostas dos clubes europeus.

Ele sugere a abertura de uma conta bancária e até colocação de urnas nos principais pontos da cidade, onde seriam colocadas as contribuições.

- Tenho certeza de que os verdadeiros Vascaínos, que querem comemorar mais títulos, contribuirão com sacrifícios para se atingir esse objetivo. Acho que a resposta será positiva. Temos que conservar esses dois grandes jogadores que cheiram a títulos.

Porém o Chefe da TOV acha que isso só não será suficiente e ele faz um apelo:

- Agora seria hora do Arthur Sendas, do Manoel Fontes, do Amaral e de tantos outros Vascaínos contribuírem nessa campanha. Eles bem que poderia dar uma grande ajuda.

Amâncio César disse que vai tentar o apoio das outras facções da Torcida do Vasco para o movimento ficar mais forte e se tornar uma realidade em curto espaço de tempo. Ele quer fazer um trabalho que sensibilize o Rio primeiro e depois todo o Brasil.

Mas, dizem no Clube, ele terá que ser rápido, pois os clubes europeus não perdem tempo quando querem levar um jogador brasileiro, como tem mostrado as últimas contratações.

O Chefe da TOV esteve ontem em São Januário para se informar com relação as possíveis transferências dos dois jogadores.

Para mostrar que sua idéia é mesmo pra valer, Amâncio César quer iniciar logo esse movimento e pretende manter nos próximos dias, os primeiros contatos. Ele quer conversar também com os dirigentes para saber até onde poderá contar com essa ajuda:

- Esperamos contar com Romário e Geovani na campanha pela conquista do tricampeonato. São craques e jogadore que decidem.

Amâncio César, lidera a TOV, Torcida Organizada do Vasco, e é Professor de matemática da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ.

Fonte: Jornal dos Sports 12 de Agosto de 1988

OBS: Romário acabou sendo vendido para o PSV Eindhoven da Holanda em 1988 e Geovani foi para o Bologna da Itália em 1989.

TOV Jornal dos Sports 1988


Vasco Geovani e Romário Vasco Revista Placar 1987