segunda-feira, 16 de junho de 2025

FORÇA JOVEM 1976: ENTREVISTA ELY MENDES PRESIDENTE DA FORÇA JOVEM

Repórter: Ely Mendes, como é que foi criada a Força Jovem do Vasco?

Ely Mendes:: A Força Jovem foi criada em 1970, 19 de fevereiro. Foi uma turma que saiu da torcida organizada (TOV) e fundaram a Força Jovem no Meier.

Repórter: E como é que vocês se reúnem?

Ely Mendes: Nós reunimos no clube, tem uma sala nossa cedida pelo clube, nós reunimos, fazemos uma reunião. Sou eu e mais 19 diretores da torcida entre moças e rapazes.

Repórter: A torcida tem quantas pessoas mais ou menos?

Ely: Olha, eu conto mais ou menos com umas 300 pessoas que possam me ajudar. Agora, tem vários estados que têm filiais da Força Jovem. Nós temos carteirinha em vários estados do Brasil.

Repórter: E a diretoria do clube ajuda de alguma maneira a torcida?

Ely: A torcida do Vasco tem sido ajudada muito pelo presidente Agartino Silva Gomes. Ele tem sido o pioneiro dos presidentes nesse fator. Contribui muito mesmo com as torcidas.

Repórter: Eles ajudam como?

Ely: Por exemplo, ano passado eu fiz uma viagem à Bahia. O ônibus era 10 mil cruzeiros. O Clube me ajudou com 4 mil cruzeiros em cada ônibus, o preço da passagem desceu bastante para possibilitar a ida do torcedor a Bahia

Fonte: Maracanã 1976, imagens raras

Força Jovem Ely Mendes 1976

Força Jovem Ely Mendes 1976

Força Jovem Ely Mendes 1976

Força Jovem Ely Mendes 1976


VASCO FOGO 1976: HISTÓRIA

Torcida do bairro de Botafogo, teve com chefe Eulamina Machado, acabou na década de 1970.

Vasco Fogo Maracanã 1976


quarta-feira, 11 de junho de 2025

DÉCADA DE 1960: DOMINGO NO MARACANÃ

Antigamente domingo a ida ao Maracanã era programa quase obrigatório. Antes, durante a semana, era importante comprar os ingressos, pois muitas vezes o público chegava a 100 mil pessoas, lotando o estádio.

Além dos postos volantes em kombis, havia locais tradicionais de venda, como a Central do Brasil, o Teatro Municipal ou Mercadinho Azul, em Copacabana. Na bilheteria do “Maraca”, só em dias de jogos menores, como se vê em uma das fotos acima. O ingresso, durante muito tempo, custava 34 cruzeiros.

Em dia de jogo o almoço de domingo tinha que ser cedo, por volta das onze e meia, para permitir a saída meio-dia e meia, para os jogos da tarde no Maracanã. Os "aspirantes" começavam à uma e quinze e os "profissionais" às três e quinze, e ninguém se queixava do calor......

Não podia faltar a almofada, pois a arquibancada ainda era de um cimento áspero (que tempos depois virou um cimento liso até ser substituído pelas atuais cadeiras de plástico). Era um tempo em que havia "geral", uma só bola (a G-18 marron) em jogo, gandulas com um puçá para pegar as bolas que caíam no fosso, substituições não eram permitidas. No intervalo duas turmas saíam do túnel central carregando cartazes de propaganda, cada uma dando a volta por um lado do campo, e o placar era manual, com um encarregado de trocar os números na hora dos gols. O aviãozinho com aquela faixa de propaganda sempre sobrevoava o Maraca antes do jogo e no alto-falante o que mais se ouvia era: "no Pacaembu, gol do Santos (e depois de uma pausa) Pelé!"…..

No capítulo alimentação só mate ou café, servidos em copinhos de papel, e sorvetes da Kibon (Chica-Bon, Kalu, Jajá e Tonbon). Não tinha ainda chegado a época do Geneal. Quando escurecia era um espetáculo ver a arquibancada cheia e o acender de fósforos ou isqueiros o tempo todo, brilhando como vagalumes - a iluminação fraca e o hábito de fumar contribuíam para este espetáculo. Ficou a saudade do excelente futebol daquela época e, mais ainda, muito mais, a saudade de assistir as partidas ao lado do "velho".

Fonte: https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com

Maracanã década de 1960

Maracanã década de 1960

Maracanã década de 1960

Maracanã década de 1960


segunda-feira, 9 de junho de 2025

TOV 1959: RAMALHO, VASCAÍNO FANÁTICO

Já se tornou característico, em todos os jogos de que o Vasco participe, ouvir-se aquela corneta, inconfundível, incentivando os jogadores cruzmaltinos à vitória. Às vezes, o toque da corneta age como uma "guerra de nervos" contra a torcida adversária e a reação não se faz esperar...

Sempre houve curiosidade, por parte dos torcedores, em conhecer o corneteiro, que outrora "tocava" que outro se não, Domingos do Espírito Santo Ramalho. Hoje, já aposentado, sem intimidade e só um homem pobre, com esposa e seis filhos, sua aparência está em consonância com sua condição — ex-árduo trabalhador nas estivas do Cais do Porto.

“Seu” Ramalho recebeu a R.E. na sua humilde moradia, na favela de Vasco. “Não se incomodem, aqui os meninos não haviam mesmo de sair, uns quatro vascaínos do Vasco em quantidade. Os meninos correm pela casa, brincando, vestidos com a camiseta cruzmaltina, com a qual Ramalho seria, feliz.

— Desde quando você toca sua mamona, Ramalho?

— Desde garoto. Nasci de oito mês... quando, lá em Inhaúma, em dezembro de 1921, brincava com os meninos de rua. Naquele tempo, a gente costumava imitar os foguistas dos navios. A gente morava, bem ao lado do 2º B.C. da Polícia Militar. De tanto ouvir o corneteiro do quartel dar aqueles toques, acabei aprendendo a ponto de ainda tocar melhor do que ele.

NEM POR UM MILHÃO TOCARIA MAMONA PARA OUTRO CLUBE

[...] que ele. Como chefiava a garotada, inventei a brincadeira de “Tiro de Guerra”: dava os toques e a meninada executava minhas ordens. Um dia, o comandante do Quartel, Cel. Alfredo Coelho, mandou-me cabra até minha casa a fim de buscar o “corneteiro”. Tendo à presença dele, o Comandante exigiu que eu tocasse, diante de todo o batalhão formado, julgado no pátio do interior do quartel. Toquei. Ele achou muita graça, colocou um branquinha ali da camarada de banda, e me pôs a ajudar os tambores, nas formaturas e nos exercícios. [...]

Aqui cabem alguns dados pessoais sobre essa figura simpática, eminentemente popular, admirador dos desportistas vascaínos: Ramalho é casado e tem 6 filhos. Resultaram seis filhos: Maria de Lourdes, Nanci Maria da Luz, Luís, Valter (em homenagem às grandes direitas do Vasco) e Tereza Herrera (em homenagem ao espanhol Tereza Herrera e Vasco conquistou na Espanha).

Sabe o José, há um aspecto interessante (aconteceu Ramalho), um dia em que jogava o Vasco e o seu Ramalho. Ademir disse ao Ramalho: “Vou te ensinar a bater na bola, rapaz, pois você só faz barulho com esse tubo de mamona.” Ademir disse isso em tom de brincadeira, e riram bastante os dois. Ramalho conserva, com prazer, uma bola passada, suja, assinada por todos os jogadores cruzmaltinos. [...]

— Como foi que você se tornou vascaíno?

— Por causa de um rapaz amigo meu, que era foguista de um navio do Lóide. Ele se chamava Aníbal Bene e seu apelido era “Sir”. Pois bem: “Sir”, sem que voltava do Rio, me trazia uma lembrança qualquer do time do Vasco. Num dia, me deu uma camisa preta com uma cruz de cimento. Tinha fé no meu gosto, achava que eu seria vascaíno, mesmo sem nunca ter visto...

— Quando foi que você tocou para o Vasco, pela primeira vez?

— Estava no Rio há pouco, pois viera tentar a sorte na “Cidade Maravilhosa”. Arranjei um emprego na portaria da Rádio Mayrink Veiga, e José Hermano me convidou. Um dia fui a São Januário assistir uma partida entre o Vasco e o Botafogo, que, aliás, foi goleado pelo time, por 3 x 1, só de Ademir!

Quando o Vasco festejou seu aniversário, em 1946, fui convidado para tocar. No gramado, onde estavam os jogadores, e o busto da Cruz de Malta, levantei o meu clarim e toquei com mais força, tamanha era minha emoção. Nesse momento, dois homens me levaram ao vestiário do Vasco...

— E o senhor se tornou sócio do Vasco?

— Sim. Fui à secretaria e matriculei a 25.846 da associação. Em 1923, Eurico Lisboa me fez sócio remido, por consideração. Depois vieram Antônio Soares Calçada, Eurico Alves e agora o Sr. Barreira, que me estimam tanto, que me têm em muita consideração. Para mim, é uma grande honra ser vascaíno, porque esse é um dos títulos dos dirigentes do clube.

— Você tocaria por outro clube?

— Nem pensar! Já bati no espanhol umas trinta vezes!

— E se lhe dessem um milhão?

— Sou pobre, mas jamais aceitaria tocar essa mamona para outro clube, especialmente contra o Vasco. O dinheiro se consome, morre, mas a glória de servir Nosso Senhor Vasco da Gama, essa não morre nunca! Nunca aceitaria. Jamais trairia esse grande querido Vasco!

Fonte: Revista do Esporte 1959, fotos Memória do Torcedor Vascaíno, Jorge Medeiros

TOV Domingos Ramalho Revista do Esporte 1959

TOV Domingos Ramalho Revista do Esporte 1959

TOV Domingos Ramalho Revista do Esporte 1959

TOV Domingos Ramalho Revista do Esporte 1959