segunda-feira, 29 de junho de 2015

GUERREIROS DO ALMIRANTE 2015: NOS 70 ANOS DE RAUL SEIXAS UM DOS MELHORES TRIBUTOS JÁ FEITOS AO ROQUEIRO VEM DA TORCIDA DO VASCO

Raulzito não era exatamente o cara mais fanático por futebol. 
São poucas as referências em suas letras, como em Trancos e Barrancos (“Pra que pensar se eu tenho o que quero / Tenho a nega, o meu bolero, a TV e o futebol”) e em Quando Você Crescer (“E o futebol te faz pensar que no jogo você é muito importante, pois o gol é o seu grande instante”). 
Mesmo em Super Heróis, há uma crítica velada em tempos de censura pela ditadura militar. No entanto, o músico tinha a sua preferência dentro de campo. O baiano radicado no Rio de Janeiro tinha sua preferência pelo Vasco, por mais que não fosse dos cruzmaltinos mais praticantes.
De qualquer forma, a relação entre Raul Seixas e o Vasco rendeu uma das músicas de torcida mais legais do futebol brasileiro. O apanhado histórico de Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás foi respeitado pelos cruzmaltinos, em uma letra mais comprida do que o costumeiro. E que reconta as grandes histórias vividas pelo clube. Na semana em que Raul completaria 70 anos se ainda estivesse vivo, vale resgatar a homenagem, cantada há alguns anos (ainda não dez mil) nas arquibancadas de São Januário:

EU NASCI AMANDO O VASCO DEMAIS
“Eu nasci amando o Vasco demais
Tua glória, Vasco, tua história não esqueço jamais
Eu nasci Amando o Vasco demais
Tua glória, Vasco, tua história não esqueço jamais
Eu vi o Dener com seus dribles de moleque
O Edmundo brilhar em 97
E o Sorato de cabeça, o gol do Bi, Em pleno Morumbi (eu vi)
Vi o Cocada acabar com a mulambada
Carlos Germano nossa eterna muralha
E a torcida vascaína, sempre unida,
Construiu a nossa casa! (eu vi)
Vi o Quiñonez balançando a cabeleira
O Pai Santana beijando nossa bandeira
E a virada mais bonita da história, o Juninho incendeia”
Fonte: http://m.trivela.uol.com.br/nos-70-anos-de-raul-seixas-um-dos-melhores-tributos-ja-feitos-ao-roqueiro-vem-da-torcida-do-vasco/

Guerreiros do Almirante




segunda-feira, 1 de junho de 2015

TORCIDA DO VASCO 1921: PEÇA DE TEATRO “A TORCEDORA DO VASCO”

Algo diferente ocorre na peça “A torcedora do Vasco” escrita, em 1921, por Antonio Quintiliano. Apesar de ser uma obra com forte tom caricatural, é possível perceber um novo perfil feminino traçado por intermédio do esporte que no caso não é o futebol, mas o remo. No lugar das mocinhas desprotegidas, à espera de um casamento ou subordinadas aos seus maridos, vemos uma mulher que autoritariamente inverte os papéis e que ao longo da peça não cansa de repetir “Que marido maricas!”. Sofia manda e desmanda na casa, a sua palavra é sempre a última, cabendo ao marido Leandro apenas concordar com suas decisões. Além de mandona Sofia não é aquele tipo de esposa prendada e sempre preocupada em cuidar do marido, ao contrário, Sofia “só cuida de regatas!” Nada de cozinhar, lavar roupas ou limpar a casa, pegar o carro e ir à praia torcer pela equipe de remo do Vasco da Gama é a principal atividade de Sofia. Essa mulher tem anexado ao seu perfil dois ícones da modernidade: o automóvel e o esporte. Embora ambos sejam experimentados ainda de maneira passiva − já que Sofia não dirige o carro e não pratica, mas assiste às competições de remo − a peça “A torcedora do Vasco”, mesmo que com estilo cômico e excessivo, trabalha ficcionalmente um fenômeno perceptível no cotidiano daquela época e que diz respeito ao surgimento de novos modelos de mulher a partir da sua relação com a máquina e, principalmente, com o esporte. 
Fonte: O que é uma torcedora? Notas sobre a representação e auto-representação do público feminino de futebol. Leda Maria da Costa

Vasco Jornal Correio da Manhã 1921

Vasco O Jornal 1921