domingo, 22 de maio de 2011

FORÇA JOVEM 2008: CLAUDINHO SANGUE NOVO NA FORÇA JOVEM

O Novo Presidente da Força Jovem quer mudar o conceito de Torcida Organizada e explica, dentre outras coisas, a verdade sobre a saída de Morais. 
A maior Torcida Organizada do Vasco, dividida em “Famílias” como uma máfia de fiéis apaixonados, tem há pouco mais de três meses, um Novo Presidente. 
Ele tem olhar e jeito sério, aparenta menos que seus 30 anos de idade e impressiona pela assertividade nas respostas e pela objetividade de sua gestão. 
Se nome é extenso, mas a multidão de Vascaínos o conhece por um apelido diminutivo. 
Luiz Cláudio do Carmo Espírito Santo é o Claudinho, integrante da Força Jovem há mais de 15 anos, recentemente empossado como interino para presidir a Torcida. 
Claudinho contradiz a imagem de líderes de Torcida que a mídia, sobretudo as páginas policiais, costuma publicar. 

Tem aparência saudável, é um cara bem aparentado e solícito, educado na abordagem e com posições muito claras quanto às suas intenções à frente da maior torcida organizada do Vasco e uma das maiores do país: 
“Minha proposta é um modelo de gestão participativa, onde a nossa Diretoria possa ser atuante o tempo todo. 

Assumi interinamente e estou propondo as eleições para uma presidência definitiva, porque o Presidente eleito anteriormente foi embarreirado pela antiga Diretoria do Vasco. Não quero nada centralizado, nada que gire unicamente em torno de uma pessoa” – explica.
Claudinho esclareceu, com diplomacia e transparência, as grandes questões que envolvem hoje as torcidas organizadas em todo o país.

BENEFÍCIO PRÓPRIO X INTERESSES COLETIVOS 
“O grande problema das Torcidas Organizadas é que, na maioria das vezes, a gestão é feita em cima de preferências e benefícios pessoais. No meu caso, não. A exemplo do que aconteceu com a nova Diretoria do Vasco, assumi com um rombo em caixa de quase 16 mil reais. Sentamos, conversamos e contornamos esse problema visando não aos nossos interesses, mas ao que era melhor para a Força Jovem e para o Vasco.”

BARGANHA DE INGRESSOS 
“Nunca concordei com essa barganha de ingressos que permite a algumas pessoas se vender politicamente para um lado ou outro do clube. Quando assumimos, acabei com essa negociação. Não vivo disso, não preciso e nunca precisarei disso. Chegou uma época em que a torcida recebia até cinco mil ingressos para jogos no Maracanã. A realidade é que esses ingressos muitas vezes são vendidos por quem os recebe, sem serem distribuídos de fato, enriquecendo pessoas e fabricando cambistas. Não queremos mais isso na Força. Quero trocar a mentalidade das pessoas com relação a ingresso com fins políticos. Acabou!” 

VIOLÊNCIA NÃO! 
“Somos absolutamente contrários a qualquer forma de violência. Sempre deixamos isso bem claro, Entendemos que a violência é um problema maior, que está em nossa sociedade, em nossa cultura. Não é um problema das Torcidas Organizadas, é um problema do nosso pais. Temos violência na escola, na faculdade, entre deputados, em toda a sociedade. É injusto levantar essa bandeira da violência como produto das Torcidas Organizadas. Um dos meus trabalhos é mudar esse modelo mental, a cabeça das pessoas, reeducar o torcedor da Força sem esse pensamento de briga e violência. É um grande desafio, muda a cabeça das pessoas. Não queremos isso em nosso meio. 

INSTITUCIONAL X PESSOAL
“Antes de mais nada, penso que a torcida organizada tem que ajudar o clube. Ela não está aqui para ser beneficiada, está aqui para fazer o clube crescer. Tanto que inovamos: tiramos da lista de pessoas que recebem ingresso todos os estudantes e menores de 21 anos que possuem o beneficio da meia entrada. Assim eles abrem espaço para os que realmente têm dificuldade de pagar ingresso. Quero para a Força Jovem uma política institucional, não pessoal”.

RECONCILIAÇÃO 
“A nossa palavra de ordem é integração. Uma das nossas metas foi reaproximar e apaziguar a Força Jovem com a Ira, que era uma Torcida formada a partir de uma dissidência da Força. Acho válido que tenhamos varias Torcidas, que elas se organizem independentemente, mas a rivalidade que existia era muito ruim. Hoje, graças a Deus, estamos próximos, temos um ótimo relacionamento com eles, e somos todos um só grito pelo Vasco.” 

O CASO MORAIS 

“Muita coisa foi dita a respeito da saída do Morais, e posso falar com propriedade: houve muita mentira! A Torcida não invadiu a concentração. Esperamos os jogadores saírem do vestiário para uma conversa civilizada, embora objetiva, Saíram Edmundo, Thiago, Odvan, Leandro Amaral e Jorge Luiz. Ninguém foi ameaçado. Éramos apenas cinco pessoas. Os jogadores nos receberam e conversaram normalmente. Morais, ao saber que havia torcedores, voltou e não quis falar conosco. Disseram que ele estava com medo de ser agredido. Ele não saiu ameaçado, nem foi escorraçado. Morais saiu do Vasco porque já não queria mesmo ficar no Clube. Ele tinha propostas financeiras, estava insatisfeito com o clima no Clube e com uma época em que ficou no banco. A Diretoria poderia ter feito o que fosse: Morais estava decidido, ele não ficaria no clube. Qualquer coisa seria motivo, e ele acabou indo para o Corinthians porque quis. É bom que se diga: ele nunca foi agredido, nem ameaçado. Eu estava lá e nada disso aconteceu. Ele saiu por uma escolha profissional. Nada além disso.” 

PAPO RETO COM JORGE LUIZ
“Temos acesso aos jogadores, nos reunimos com eles para manifestar nossa insatisfação. Somos uma torcida atuante. Cobramos respeito, dedicação, amor a Vasco. Perguntei ao Jorge Luiz, naquela fase em que ele estava falhando muito: ‘Você suporta o peso dessa camisa no seu corpo?’. Ele disse que sim e que estava dando o que podia. Então eu disse a ele: ‘o que você pode não corresponde à camisa que você veste!’. Apesar da nossa mensagem direta, ele nos ouviu atenciosamente e prometeu melhorar. Não se achou ameaçado nem agredido em momento algum.” 

SUMIÇO DAS BANDEIRAS
“Quando assumi a Presidência, tive uma desagradável surpresa. Todas as bandeiras, as maiores bandeiras da Torcida, haviam desaparecido de nossa Sala. Levaram tudo. Pode ver: vocês não vêem mais determinadas bandeiras da Força. Um patrimônio que deveria ser da Torcida, mas que acabou dilapidado e carregado como se fosse patrimônio pessoal. Estamos reestruturando tudo isso. Volto a dizer: nossa política é institucional, não pessoal. O que é da Torcida, é da Torcida, não é meu, não é de ninguém!” 
A mídia talvez não saiba que um jovem Presidente de Torcida Organizada tenha idéias e planos tão positivos para essa tão malvista forma de expressão de amor aos Clubes. 
Jovens como Claudinho nos fazem lembrar a trajetória social do Vasco, um Clube que historicamente sempre se preocupou em mudar padrões éticos, melhorar a vida das pessoas, transpor barreiras sociais. 
O próximo passo de sua gestão é implantar um engajado serviço voluntariado de professores de informática para dar assistência a desfavorecidos. 
Para jovens como Claudinho, amar um Clube e torcer por ele não impede ninguém de melhorar na vida. 

Muito pelo contrário. E o futuro começa agora, que essa paixão pela cruz de malta possa se refletir em iniciativas sociais e acabar, definitivamente, com a imagem de violência e segregação que as “organizadas” deixaram em sua caminhada. 
O Vascaíno Luiz Cláudio segue a trajetória da camisa que veste. 
E, a exemplo de seu Clube, sonha e faz história. 
Isso é o que se pode chamar de Força Jovem do Vasco!  
Fonte: http://www.supervasco.com 
REPORTAGEM:
Anderson Firmino e Hélio Ricardo 
TEXTOS:
Hélio Ricardo 
FOTOS: 

Luciana Gouveia


Força Jovem Presidente Claudinho 2008

Força Jovem Presidente Claudinho 2008

Força Jovem Presidente Claudinho 2008

Nenhum comentário:

Postar um comentário