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FELIZ NATAL 2017 |
domingo, 24 de dezembro de 2017
sábado, 23 de dezembro de 2017
FORÇA JOVEM 1987: CHEGADA DE PAPAI NOEL NO MARACANÃ
As chegadas de Papai Noel no Maracanã dos anos 1980
eram bem mais animadas. Lá podia ter bandeiras e Torcidas Organizadas.
Havia mais de 200 mil pessoas nesse dia, era dia de Maraca lotado, era um mundo um pouco melhor e um RJ mais calmo!
Havia mais de 200 mil pessoas nesse dia, era dia de Maraca lotado, era um mundo um pouco melhor e um RJ mais calmo!
Chegada do Papai Noel no Maracanã, era o momento
marcante para todos os Cariocas, tinha desfile das bandeiras, crianças,
cantores, DJs, bailarinas, Xuxa, presépio, Abelhudos.
Eu Tenho algumas lembranças destas festas, de final de ano, não muito boa, no ano anterior (1986) estava tudo certo para que eu entrasse com uma das bandeiras no gramado e participasse da festa, do desfile das bandeiras.
Eu Tenho algumas lembranças destas festas, de final de ano, não muito boa, no ano anterior (1986) estava tudo certo para que eu entrasse com uma das bandeiras no gramado e participasse da festa, do desfile das bandeiras.
Finado Ely Mendes
nosso Presidente na época já tinha anotado o nomes da rapaziada que iria entrar,
e eu estava escalado, todo feliz, emocionado, na hora que já estava tudo certo,
veio um amigo da Torcida, e retirou a bandeira das minhas mãos, quase fui as
lagrimas, aceitei na boa, a final de contas, ele era um dos antigos da Torcida,
fiquei na minha, só vendo de longe a festa.
No ano seguinte (Dezembro
de 1987), estava eu de novo na festa do Papai Noel, só para poder entrar com a
minha bandeira da FJV no gramado.
Me lembro que cheguei
as 06:00 hs da manhã e meu nome estava na lista, para entrar com uma das
bandeira, a primeira vez no gramado do Maracanã é um momento que ninguém
esquece, acredito que sempre foi um dos sonhos de qualquer garoto de Torcida
Organizada na época.
Pela 1ª vez pude
entrar no gramado de um Estádio de futebol, foi um sonho realizado, naquele
dia, de Dezembro de 1987, com 18 anos, a emoção era forte, chorava de alegria,
as crianças e os adultos Vascaínos gritavam o nome do nosso Clube. VASCOOOOOO,
era de arrepiar a alma, um sentimento inexplicável, Eu sair de lá com a missão
e o sonho realizado.
Vivi grandes momentos
no Maracanã como torcedor. Valeu a pena esperar...!!!
Agradecimento ao nosso Eterno Presidente Ely Mendes e Sueli Araujo, por deixarem viver essa oportunidade e experiência.
Agradecimento ao nosso Eterno Presidente Ely Mendes e Sueli Araujo, por deixarem viver essa oportunidade e experiência.
Delcio Índio, FORÇA JOVEM, DINOSSAUROS 1970.
Fotos: YouTube Gabigabosa![]() |
Força Jovem Chegada de Papai Noel 1987 |
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Força Jovem Chegada de Papai Noel 1987 |
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Força Jovem Chegada de Papai Noel 1987 |
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Força Jovem Chegada de Papai Noel 1987 |
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Força Jovem Chegada de Papai Noel 1987 |
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Força Jovem Chegada de Papai Noel 1987 |
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 2017 SÃO JANUÁRIO - 90 ANOS
“Portões Fechados, Corações Abertos”
Evandro Domingues–
blogueiro vascaíno
2017
São Januário – 90 anos
Motivo
de orgulho para todos os vascaínos, o glorioso estádio do nosso clube comemorou
nove décadas em 2017 com a expectativa do time do Vasco alcançar o
tricampeonato carioca e de uma boa campanha na sua volta a Primeira Divisão no
Brasileirão.
Palco
histórico de comemorações cívicas na Era Vargas e o maior estádio do país até
1940, nosso campo esportivo em festas voltou a brilhar nas manchetes dos
jornais e revistas. No entanto, não foram apenas as notícias sobre as
comemorações, mas também foram destaques as manifestações de sócios e
torcedores contra a diretoria e a sua interdição por quase três meses em função
de uma briga generalizada ocorrida no clássico contra o Flamengo numa partida
do campeonato brasileiro.
Para
o campeonato carioca chegou o atacante Luis Fabiano no fim de fevereiro,
trazendo uma grande esperança para a torcida vascaína que lotou o aeroporto e
fazendo uma festa inigualável em sua apresentação no estádio de São Januário. O
jogador fez questão de agradecer o apoio recebido: "primeiramente gostaria
de agradecer a recepção maravilhosa. É uma coisa que ficará guardada para minha
carreira", e continuou agradecendo "estou muito feliz, de verdade.
Torcida do Vasco tem um peso muito grande. Carrega a gente. Vamos correr por
eles".
O
atacante de 36 anos, com passagens vitoriosas por São Paulo e seleção
brasileira, foi a maior aposta do clube para a conquista do tricampeonato
carioca e um bom desempenho na volta do Clube da Colina para a Primeira
Divisão.
Nos
estádios brasileiros e cariocas a polêmica envolvendo torcedores foi revivida
com a proposta de torcida única nos clássicos por determinação da Justiça após
a morte de um torcedor do Botafogo provocada por um torcedor do Flamengo.
Eurico Miranda ameaçava não colocar o time em campo. Pesquisadores, no entanto,
contestavam essa medida, alegando falta de eficácia como ação controladora das
permanentes brigas entre torcedores rivais. Para Bernardo Hollanda[1]
“o princípio de torcida única é problemático, pois se trata de uma espécie de
vitória da intolerância, com o reconhecimento da incapacidade do poder público
de permitir o ir e vir dos torcedores e com a própria ausência do espírito
esportivo na convivência com o diferente”, concluiu.
Em
São Januário, durante a partida entre Vasco e Portuguesa um torcedor do
Flamengo comparece ao estádio dentro da torcida cruzmaltina e coloca nas redes
sociais imagens suas com uma tatuagem do Flamengo e pede 100 curtidas. Logo uma
confusão se estabelece quando o torcedor é identificado. Por pouco ele não
seria linchado se não fosse a intervenção de integrantes da Ira Jovem que o
entregam para a polícia.
Em
abril a festa dos vascaínos estava voltada para celebrar os noventa anos do
estádio de São Januário. Símbolo da luta do clube para demonstrar aos rivais a
sua grandeza, o estádio continua sendo um motivo de orgulho e representação do
esforço de associados em manter a tradição do “Caldeirão”, como ele passou a
ser chamado carinhosamente nos últimos 20 anos.
O
campeonato carioca termina com o clube sendo eliminado pelo Fluminense nas
semifinais. Pouco depois da eliminação na Copa do Brasil. A verdade é que foram
poucos momentos que a torcida do Vasco pode vibrar com o time e seus ídolos
neste primeiro semestre. Apenas o goleiro Martin Silva e o jovem Douglas
mereceram os aplausos durante toda a competição. Foram poucas as gozações para
os adversários, com destaque para o jogo com o Flamengo, no Maracanã, no
segundo turno (Taça Rio) e os gritos da torcida de “eliminado”, num clássico
que reuniu pouco mais de 20 mil espectadores. Nem mesmo o título da Taça Rio
diante do Botafogo no Engenhão empolgou a galera.
Restou
o desafio de fazer uma boa campanha no retorno a primeira divisão do campeonato
brasileiro. Apesar do desastre na derrota inicial para o Palmeiras de goleada
(0 a 4), os torcedores abraçaram o time em São Januário lotando o estádio
(maior público do ano no local: quase 18 mil pagantes) no primeiro jogo do
brasileirão em nossa casa. No horário de 11 horas da manhã, o estádio
presenciou uma linda festa que culminou na vitória sobre o Bahia e o gol de
número 400 da carreira de Luis Fabiano.
O
jogo mais polêmico do ano para os vascaínos foi disputado justamente em São
Januário em julho com o Flamengo. Um tumulto generalizado entre a torcida do
Vasco e a PM (dentro e fora do estádio) acarretou uma pena de interdição de
nossa praça de esportes por vários jogos. Para o historiador Luiz A. Simas o
que aconteceu neste jogo refletia problemas muito mais profundos na sociedade:
“não é apenas sobre futebol. É sobre a cidade. A tragédia de ontem em São
Januário é derivada de inúmeros fatores, tais como o despreparo da PM, a crise
política do Vasco, a cultura da violência como elemento de sociabilidade entre
membros de torcidas, a construção de pertencimento a um grupo a partir do ódio
ao outro (elemento marcante da relação entre Vasco e Flamengo nas últimas
décadas), o esfacelamento da autoridade pública no Rio de Janeiro, etc”.
Para
os sócios e torcedores ir ao estádio seria apenas para a visita da exposição promovida
pelo Departamento de Marketing intitulada “119 anos vestindo a Camisa”,
apresentando inúmeras roupas históricas do clube. Aliás este foi o tema do
documentário Segunda Pele Futebol Clube, retratando colecionadores de camisas
de futebol e a sua relação de paixão com a memória do clube. Entre os
entrevistados estava o torcedor vascaíno Paulo Reis.
Mesmo
proibidos de entrarem em São Januário os torcedores vascaínos prestigiaram o
time incentivando-o do lado de fora. Milhares de torcedores deram um “abraço
coletivo” no jogo entre Vasco e Grêmio
(futuro campeão da Libertadores em 2017). A vitória que marcava a estreia do
técnico José Ricardo foi muito comemorada. Para o atacante Nenê, a presença da
torcida incentivando e acompanhando o jogo ao redor do estádio foi decisivo
para o resultado positivo: “ O
barulho da torcida, mesmo de fora do estádio, foi fundamental para continuarmos
com a mesma determinação até o fim”, revelou o atacante.
Depois
do período da punição, a diretoria vascaína preferiu realizar os jogos como
mandante no estádio do Maracanã visando impedir as constantes manifestações
presentes nas arquibancadas de São Januário com o coro sempre presente de “Fora
Eurico!”.
Quando
vieram as eleições em novembro, as duas principais chapas tiveram uma acirrada
disputa que dividiu sócios, torcedores e torcidas organizadas, terminando com a
vitória da situação (Eurico Miranda se reelegia com 2111 votos), enquanto a
oposição (lideradas por Julio Brant) alcançava 1975 votos. Embora o clima da
disputa deste ano tenha sido mais civilizado que nas eleições passadas, não
faltou a polêmica em torno da Urna 7. Caso a urna seja invalidada, a vitória
ficaria com a oposição.
O
último jogo do ano foi disputado justamente no cenário que comemorava 90 anos
de glórias. A partida contra a Ponte Preta representava muito para os
vascaínos. Uma vitória daria oportunidade ao clube voltar a disputar a Taça
Libertadores em 2018. E a torcida deu mais uma vez uma lição de amor ao clube
proporcionando o maior público no estádio do ano (cerca de 22 mil pessoas).
O
resultado final deixou o Vasco em 7° lugar (entrando na pré-Libertadores). Uma
surpresa para aqueles que desconfiavam do time que começou a competição com uma
derrota por 4 a 0 para o Palmeiras.
A
previsão pessimista de luta para não ser rebaixado não se confirmou. O time
conseguiu se superar mesmo depois da crise com a troca de técnico (Milton
Mendes saiu e entrou José Ricardo no meio da competição). Fora de campo a
expectativa da galera continuava com a indefinição do novo presidente para os
próximos 3 anos.
Sem
dúvida, foi um ano que o brilho maior ficou os 90 anos de nosso estádio e a
presença assídua da torcida que soube honrar e fazer juz aos torcedores do passado
que ajudaram a construir uma obra que permanece na memória afetiva de todos os
vascaínos. Assim como em 1927, quando não alcançamos o título, neste ano também
passamos em branco. Quem sabe não pavimentamos neste ano um novo caminho de
glórias com a conquista da Libertadores no ano seguinte e cantar esta música
entoada nas arquibancadas
“Eu
vou torcer
Aqui
eu ergui meu templo para vencer
Eu
já lutei por negros e operários
Te
enfrentei, venci, fiz São Januário
Camisas
Negras que guardo na memória
Glória,
lutas, vitórias esta é minha história
Que
honra ser
Saiba
eu sou vascaíno, muito prazer
Jamais
terás a cruz, este é meu batismo
Eu
tive que lutar contra o teu racismo
Veja
como é grande meu sentimento
E
por amor ergui este monumento..."
Fonte: Livro “100
anos da Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
[1] Entrevista
para as páginas amarelas da Revista Veja após a repercussão do assassinato em 2
de março de 2017 de Moacir Bianchi por
integrantes da própria torcida que ajudou a fundar: a Mancha Verde. Fonte:
Revista Veja 9 março de 2017.
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Vasco foto site www.vasco.com.br 2017 |
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Vasco foto site www.vasco.com.br 2017 |
domingo, 19 de novembro de 2017
TOV E FORÇA JOVEM 1982: TORCIDA DO FLU NÂO ACREDITA NO VASCO E ACEITA O DESAFIO
“Eu mudo de nome se a
Torcida do Vasco invadir o Maracanã como prometeu. Mudo de nome e dou
entrevista para quem quiser usando a camisa do Vasco.” Esta é a resposta de
Zezé, componente da Força Flu, as declarações do Chefe da TOV, Amâncio César,
de que a Torcida Vascaína vai tomar o Maracanã no clássico de amanhã.
Antônio, Chefe da
Força Flu, também não acredita na Torcida do Vasco, “eles são de muito
blá-blá-blá, mas na hora do vamos ver, quem manda brasa é a Torcida do Flusão”.
Para enfrentar os Vascaínos, Antônio mostra que sua Torcida não está para brincadeira:
- Vamos levar 15
peças de bateria, uma tonelada e meia de papel picado, 1000 rolos de papel
higiênico e 50 bandeiras. Vamos ver quem vai invadir o Maracanã. Pago para ver
se eles (a Torcida do Vasco) vão conseguir alguma coisa.
DE CAMINHÃO
Enquanto os
tricolores se preparam para dar resposta ao desafio, os torcedores do Vasco,
mostram que domingo o espetáculo proporcionado vai ser belíssimo. Pelo menos é
o que promete Ely Mendes, Chefe da Força Jovem:
- Para você ter uma
idéia da quantidade de material que nós, da Força Jovem, vamos levar para o
Maracanã, basta dizer que precisamos alugar um caminhão para deslocar as coisas
para São Januário. E por isso que eu assino embaixo do que disse o Amâncio
César: a Torcida do Vasco vai invadir o Mário Filho amanhã. (07/08)
NA TORCIDA, VASCO
GANHOU O DUELO
Talvez mais
importante que o jogo, entre Vasco e Fluminense, tenha sido o duelo entre as
Torcidas dos dois times que prometeram durante toda a semana lotar o Maracanã
para incentivar seus jogadores, numa demonstração de força popular.
Nesta briga de
Torcida, o Vasco venceu o duelo, demorando mais de 15 minutos na saudação de
sua equipe quando ela entrou em campo. Toneladas de papéis picados, inúmeras
bandeiras e estandartes foram utilizados pelos Vascaínos.
Até o meio de campo o
Maracanã era inteiro do Vasco com o famoso coro – “Casaca, Casaca, a Turma é
boa, é mesmo da fuzarca...” entoado no Estádio num ritual que sensibiliza aos
ouvintes.
No lado tricolor, o
mérito maior foram os vários quilos de pó-de-arroz quando o time entrou em
campo, num gesto tradicional dos torcedores da equipe das Laranjeiras. No
final, alguns se mostravam satisfeitos com o time, apesar da derrota.
Em toda a festa de
ontem, o Maracanã só ficou em silêncio num momento, quando o Roberto se
preparava para cobrar o pênalti nos últimos minutos de jogo. Com o gol a
Torcida foi ao delírio, prometendo repitir a festa nas próximas partidas,
inclusive contra os pequenos.
Amâncio César da TOV,
Ely Mendes da Força Jovem, Iara Barros da Feminina Camisa 12 e Dulce Rosalina
da Renovascão, estavam exaustos no final do jogo de tanto comandar as duas
Torcidas, porém, gratificados com a boa vitória do Vasco. (09/08)
Fonte: Jornal dos
Sports 07 e 09 de Agosto de 1982![]() |
Força Jovem e TOV Jornal dos Sports 1982 |
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Força Jovem e TOV Jornal dos Sports 1982 |
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
TOV 1948: CHEGOU O CAMPEÃO DOS CAMPEÕES
A reportagem fotográfica de A Manhã colheu ontem no
Aeroporto os flagrantes acima, onde vemos, da esquerda para a direita: um grupo
de jogadores cercados pelos seus fans, a seguir, a massa popular que os
aplaudia e por fim, o chefe da delegação, Sr Diogo Rangekl e o jogador Augusto,
em companhia de amigos e pessoas das famílias.
Fonte: Jornal A Manhã 17 de Março de 1948![]() |
TOV Jornal A Manhã 1948 |
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
VASCO 1931: TORCEDORES RECEBEM OS JOGADORES NO CAIS MAUÁ
No desembarque da delegação do Vasco vindo da Europa,
uma multidão compareceu ao Cais do Porto do Rio de Janeiro para receber os
jogadores.
EXCURSÃO DO VASCO DA GAMA À EUROPA EM
1931.
No ano de 1931, o Vasco da Gama empreendeu uma vitoriosa excursão ao
Velho Continente, realizando 12 jogos.
A equipe carioca foi a 2ª do Brasil
nesse continente, sendo a 1ª o famoso e hoje extinto o Paulistano de São Paulo.
VASCO DA GAMA 2 X 3 BARCELONA (ESP)
Data: 28/06/1931
Local: Barcelona (ESP)
Data: 28/06/1931
Local: Barcelona (ESP)
VASCO DA GAMA 2 x 1 BARCELONA (ESP)
Data: 29/06/1931
Local: Barcelona (ESP)
VASCO DA GAMA 1 x 2 CELTA (ESP)
Data: 05/07/1931
Local: Vigo (ESP)
VASCO DA GAMA 7 x 1 CELTA (ESP)
Data: 07/07/1931
Local: Vigo (ESP)
VASCO DA GAMA (RJ) 5 x 0 BENFICA (POR)
Data: 10/07/1931
Local: Lisboa (POR)
VASCO DA GAMA (RJ) 4 x 2 COMBINADO DE LISBOA (POR)
Data: 15/07/1931
Local: Lisboa (POR)
VASCO DA GAMA (RJ) 3 x 1 PORTO (POR)
Data: 19/07/1931
Local: Porto (POR)
VASCO DA GAMA (RJ) 9 x 2 COMBINADO VARZIM/BOAVISTA (POR)
Data: 22/07/1931
Local: Porto (POR)
VASCO DA GAMA (RJ) 6 X 2 OVARENSE (POR)
Data: 24/07/1931
Local: Ovar (POR)
VASCO DA GAMA (RJ) 1 X 2 PORTO (POR)
Data: 26/07/1931
Local: Porto (POR)
VASCO DA GAMA (RJ) 1 X 1 VITÓRIA DE LISBOA (POR)
Data: 30/07/1931
Local: Campo da Amoreiras (POR)
VASCO DA GAMA 4 X 1 SPORTING (POR)
Data: 02/08/1931
Local: Porto (POR)
Fonte: Jornal dos Sports e http://cacellain.com.br/blog/?p=11272
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Vasco Centro de Memória do Vasco 1931 |
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Vasco Diário de Notícias 1931 |
domingo, 8 de outubro de 2017
VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1919 PRÓXIMA PARA: ENGENHO DE DENTRO
“do morro e das arquibancadas, um grito
uníssono: Viva o Brasil’”
Jornal do Brasil,
final do Sul-Americano em 1919
1919 Próxima Parada: Engenho de Dentro
A formação de uma grande equipe era
o melhor atalho para chegar a Primeira Divisão. Em busca de conseguir os grandes
jogadores da Liga Suburbana, o Vasco encontrou no Engenho de Dentro, tricampeão
(1916-17 e 18), a base de seu elenco para o campeonato carioca da Segunda
Divisão.
O historiador João Malaia registra
que o empenho da diretoria em montar um time competitivo deu certo, pelo menos
do ponto de vista do crescimento da torcida entre 1918 e 1919: “o Vasco da Gama
que teve em média 220$857 de receita por jogo em 1918 para, no ano seguinte,
pular para 421$833, num crescimento de mais de 90% de arrecadação com a venda
de bilhetes para seus jogos, passando a ser o clube com a maior média de arrecadação
por jogo na 2ª Divisão” (2010, p.222).
Apesar de ter o melhor elenco da
competição, o time vascaíno, apontado pela imprensa esportiva como o franco
favorito para vencer o campeonato, não conseguiu realizar o intento mesmo
contando com o apoio da torcida que não mediu esforços de incentivar seus
jogadores e vaiar os adversários. Esta atitude, que já vinha se tornando comum
nos jogos mais decisivos, ainda recebia repreensão de parte da imprensa. Em uma
crônica do jornal O Paiz, o jornalista pedia providência ao presidente do Vasco,
exigindo que “reprovem seus associados por terem agido de forma tão pouco
cavalheiresco como hontem agio com os players locaes”[1].
Uma das principais atrações do novo
elenco vascaíno era o goleiro Nelson Conceição, conhecido como o “Chauffeur”. Vindo do Engenho de Dentro,
ele será titular absoluto nos próximos anos e um dos ícones na campanha
memorável do titulo de 1923. Vai ser o primeiro jogador do Vasco a vestir a
camisa da seleção brasileira no mesmo ano da conquista do campeonato carioca.
Até o final dos anos 1920, ele será o jogador que mais vezes envergará a camisa
cruzmaltina.
O campeonato Sul-Americano de
Futebol disputado no Rio de Janeiro no mês de maio é considerado por muitos
estudiosos como um marco divisor na história do futebol brasileiro. A
competição foi a primeira organizada no país pela Confederação Brasileira de
Desportes (CBD) e contou com uma intensa participação dos torcedores que
lotaram o estádio das Laranjeiras em todos os jogos da seleção nacional. Mais
do que os jogos e os resultados, o que chamava atenção era a repercussão geral,
quando a cidade praticamente parava para acompanhar os resultados.
A
vitória da seleção brasileira servia para aumentar o sentimento nacionalista
que o futebol despertava e demarcava que a partir daquele instante o futebol
elitista estava com os seus dias contados.
Para
se ter uma idéia de como a população se envolveu nos jogos, basta lembrar que
muitos torcedores ao verem impossibilitados de entrar no estádio lotado
buscavam formas próprias de prestigiar o evento. Enquanto alguns se apertavam
no morro em volta do campo, outros foram acompanhar o desenrolar da partida
final com o Uruguai na Avenida Rio Branco, local onde ficava a sede do jornal O
Paiz que havia colocado um painel informando dos principais lances da partida.
Para
os clubes de futebol, este seria o ano de consagração do Fluminense que
conquistava o tricampeonato (1917-18-19) com uma das melhores equipes de sua
história. Festa nas Laranjeiras com muito champanhe para os associados na
luxuosa sede. Sua torcida cresce em toda a cidade, especialmente entre as
camadas mais ricas que se identificavam com o perfil mais elitista. “Ele era
Fluminense por isso mesmo, escolheu o clube mais fino para torcer” (...)
procurava ser Fluminense, distinguindo-se dos torcedores dos outros clubes”,
explicava o jornalista Mario Filho.
A
tranqüilidade do tricolor vai durar até 1923. Daí em diante só restará a turma
das Laranjeiras contar com o seu esnobismo e o ar confiante de sua
“superioridade”. O fato inegável será que no campo, nas arquibancadas e nas
gerais, uma nova nação comandará o futebol carioca.
Fonte: Livro “100 anos da
Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1918 OS INCANSÁVEIS VASCAÍNOS
“Grande
Assistência”
Frase da época
1918 Os Incansáveis Vascaínos
Até a afirmação do
profissionalismo do futebol nos anos 1930 era comum um atleta praticar vários
esportes. Na biografia de Leônidas da Silva, o jornalista André Ribeiro (2007) registra
que aquele gênio do futebol disputava outras modalidades esportivas pelos seus
primeiros clubes: Sirio e São Cristovão. No Vasco isso não era diferente. Um
mesmo atleta competia em várias modalidades. Uma das figuras mais notáveis em nossa
agremiação era Adão Brandão, autor do primeiro gol vascaíno, em 1915. Para
estes desportistas o envolvimento com o clube tinha que ser total. Mesmo em um
ano que não fosse repleto de títulos a missão destes jovens era manter acesa a
chama da esperança no ano seguinte. E foi o que Adão e seu grupo[1] fizeram no final do ano de
1918 realizando um “suculento e maggestoso reco-reco”[2].
As derrotas no futebol e no remo não
afastavam os associados do clube, pelo contrário, se afirmavam laços de união e
camaradagem que garantiriam, no futuro, o crescimento vertiginoso de nossa
torcida. Uma demonstração clara do traço distintivo do Vasco diante dos outros
clubes da Segunda Divisão era a constante presença de torcedores vascaínos que
demarcavam a diferença entre os clubes de futebol.
O jornal Tico-tico[3] faz um registro da partida
(ainda usando muitos termos em inglês) entre Vasco e River no estádio do São
Cristovão (construído em 1916, sendo considerado um dos mais modernos daqueles
tempos), ressaltando a superioridade de nosso clube em campo e nas
arquibancadas: “este match foi effectuado no ground do S. Cristovão A. C., a
rua Figueira de Melo, com regular assistência composta na sua maioria
associados do Vasco da Gama o qual demonstrando certa superioridade sobre o seu
antagonista infligiu-lhe uma derrota de 4 a 2”[4]. Este talvez seja o
primeiro registro da imprensa sobre a atuação de nossa torcida.
Esta partida aconteceu
depois da suspensão de todos os jogos de futebol na cidade em virtude da “gripe
espanhola”. Uma grave epidemia que atingiu o Brasil matando milhares de
pessoas. Somente em nossa cidade morreram nos meses de outubro e novembro mais
de 25 mil pessoas.
Nas duas últimas partidas o time já
pensando em férias relaxou e foi derrotado, sendo a última com uma goleada por
6 a 0 para o Mackenzie. O resultado final foi, podemos assim considerar,
satisfatório, com 9 vitórias e 7 derrotas.
Fonte: Livro “100 anos da
Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
domingo, 1 de outubro de 2017
VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1917 "LASCA O PAU" NA 2ª DIVISÃO
“O club da Cruz de Malta”
Como éramos
conhecidos pela imprensa
1917 “Lasca o Pau” na 2ª Divisão
A Liga Metropolitana faz uma
reformulação na divisão dos associados e passa a contar com dez clubes na
Primeira Divisão[1], nove na Segunda e outros nove na Terceira
Divisão.
O
Vasco passa para a Segunda Divisão e faz uma campanha bem melhor que a do ano
anterior. Aparecem as primeiras vitórias e a classificação em 4° lugar indicava
que o caminho certeiro começava a ser trilhado. A receita do sucesso estava em
conquistar novos jogadores oriundos das camadas populares e contar com o apoio
dos associados que se dividiam entre incentivar o Remo, principalmente, e os
outros esportes.
Talvez o jogo mais importante do ano
tenha ocorrido contra um tradicional rival do Remo, o Boqueirão do Passeio. Os
dois clubes fazem boas campanhas e conseguem arrastar um bom público para o
estádio do América. De todos os jogos do Vasco neste ano, este foi o único que
mereceu uma grande reportagem que ressaltou a rivalidade do remo levada para o
estádio de futebol. Para o jornal “O Paiz”, “foi um bom encontro o match de ontem realizado entre os
disciplinados teams dos nossos dois
gloriosos clubs de regatas, tendo a
assisti-lo uma assistência bem regular na qual se achavam representantes do
belo sexo (...) O interesse que cercava este encontro era justificável porque
não só os dois clubs se acham bem
colocados na tabela do campeonato, como também é notória a rivalidade esportiva
que entre ambos existe. Rivalidade esta que consiste em cada um querer trazer
mais louros para o seu pavilhão, o que, portanto muito honra os dois rivais”[2]
Contudo, ainda era importante
superar o preconceito que os atletas do remo nutriam em relação aos jogadores
de futebol. O pesquisador vascaíno Mauro Prais, seguindo as informações do
ex-atleta Adão Brandão, afirma que essa desconfiança acabou neste jogo, em
setembro de 1917, quando o time do Vasco vence o Boqueirão do Passeio por 3 a 0[3]. O “ ódio era tão grande que uns e outros quase não se falavam.
E esse ódio só terminou em 1917, quando o Vasco se reabilitou definitivamente
aos olhos dos remadores, vencendo, em partida magnífica, um dos maiores
adversários do Vasco em todos os esportes”.
Como faziam
sempre os jogadores saíram desse jogo e voltavam para a sede na rua Santa
Luzia. Foi então que “os jogadores de futebol tiveram a maior surpresa de toda
a sua vida quando chegaram no clube. A Comissão de Futebol, com Cascadura,
Narciso Basto, Fonsequinha e Pascoal Pontes estava desconfiada, mas a alegria
dos jogadores era tamanha que eles resolveram entrar no clube dando vivas ao
Vasco. Mas nem chegaram a entrar. Os remadores, na porta, de remo em punho, os
obrigaram a entrar em carros abertos - e só então eles repararam nos carros - e
foram fazer uma passeata pela cidade, irmanados, craques de futebol e remadores”[4]. Também
começava a se formar um grupo aguerrido para defender os torcedores vascaínos
nos jogos em que a torcida adversária quisesse intimidar os nossos adeptos. Era
o grupo do “Lasca o Pau”, formado por remadores e lutadores dispostos a
defender nosso pavilhão no braço. Em crônica no Jornal dos Sports nos anos
1950, o jornalista Álvaro Nascimento relembra os nomes de alguns deles: Rafael
Verri, Aquiles Astuto, Adão Brandão e Edgar Lody Batalha[5].
Em julho de 1963, por ocasião da morte de Victor Alves Moreira (conhecido como Sinhá), o amigo
e cronista Álvaro Nascimento exalta um dos responsáveis pela formação da Turma
da “Linha de Frente” entre os anos de 1916-1922, composta por aguerridos
torcedores vascaínos dispostos a todo e qualquer sacrifício em prol do clube. O
jornalista escreve uma crônica em sua homenagem, ressaltando a formação deste grupo
de abnegados torcedores que lutavam de corpo e alma para o sucesso do time de
futebol e da segurança da torcida nos estádios da cidade: “as novas gerações
vascaínas desconhecem quão grande foi o esforço, a dedicação de homens modestos
para entregar-lhes esse Vasco poderoso de nossos dias ... um punhado de
dedicados vascaínos que, com sol ou chuva, nos campos suburbanos, constituía a
‘policia de choque’ a dar garantia e segurança as nossas representações".
O futebol nessa época já tinha seus adeptos, a torcida do Vasco ainda
com meia dúzia de gatos pingados, já começava acompanhar o time. Como fato
inédito, na época, quem chefiava essa Torcida Organizada era Dona Josefa
Pereira (primeira Chefe de Torcida do Vasco), irmã Manuel Pereira, proprietário
de uma casa de Tecidos[6]. Como brigava a Dona Josefa
Pereira.
Novamente em suas lembranças, o jornalista do Jornal dos Sports
Álvaro Nascimento, recorda 50 anos depois, o que era o desafio de torcer
naqueles campos da Segunda Divisão sem as mínimas condições de segurança e os
nomes dos pioneiros das arquibancadas: “naquele tempo não havia o Estádio Mário
Filho (Maracanã) com dois mil policiais que garantiam a ordem. As brigas eram
no Campo do Esperança, no Marco VI em Bangu, no Campo do Jardim Zoológico ou do
Palmeiras, na Quinta da Boa Vista. São considerados paladinos da Torcida
Vascaína, a maioria já falecidos, os seguintes Vascaínos, D. Josefa Pereira e
seu irmão Manuel Pereira, Joaquim Carneiro Dias, Baltar Junior, Dr Castro
Menezes, Carlos Medalhas, Albertino Moreira Dias, Ouriço, Francisco Costa,
Sinhá, Fava, Zapelli, Dom Quixote”.
O desafio de um
time de futebol oriundo de clube tradicional de remo era conseguir se
auto-sustentar. Para entender como isso era complicado basta ver o exemplo de
dois outros clubes das regatas da época, como o Boqueirão e o Icaraí (que
montaram times antes do Vasco), e que encerravam neste ano suas participações
na Liga Metropolitana.
Garantir a presença da torcida nos estádios era fundamental para a
sobrevivência do futebol nestes clubes. O problema era que as partidas de
futebol coincidiam com os dias das regatas. Mas este era apenas um problema. O
maior, talvez, fosse convencer os “novos torcedores” acompanharem um time sem
grandes ídolos, enquanto os clubes tradicionais já levavam milhares de pessoas aos
estádios para ver o talento das novas estrelas do esporte. As novas gerações já
podiam se identificar com os clubes através de seus ídolos em campo.
Montar um time de qualidade com todas as restrições que a Liga
fazia para evitar a presença de jogadores das camadas populares, era um grande
desafio. Ficava o problema: sem um grande time, não tinha torcida e não tinha
bilheteria. Sem arrecadação, como convencer os associados de que valia a pena o
investimento no futebol? Participar da Liga não era barato. Os custos com a
inscrição no campeonato e o aluguel dos estádios eram bastante dispendiosos,
fora os outros gastos com material, deslocamento etc. Enfim, o clube tinha
prejuízo com o futebol
Mas um clube como
o Vasco da Gama se fez de superação. Para os mais devotados ao futebol o
caminho para o clube brilhar nos dois principais esportes da época estava
aberto. O destino nos reservaria para os próximos anos vitórias que
consagrariam aqueles jovens que em 1898 resolveram fundar um clube que unia o
que melhor brasileiros e portugueses fizeram pelo nosso país. Construir uma
nação para todos, sem barreiras sociais e econômicas.
Fonte: Livro “100 anos da
Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
[1]
Carioca, Mangueira e Vila Isabel foram os três primeiros colocados na Segunda
Divisão em 1916 e assim passaram para a Primeira Divisão.
[2]
Fonte: O Paiz, setembro de 1917.
[3]
O sucesso do time vascaíno de futebol chegava as revistas esportivas. Na semana
seguinte ao jogo eram divulgadas as fotos do time na Revista Vida Sportiva.
Talvez sejam as primeiras imagens do futebol nas revistas esportivas cariocas.
[4] Fonte: pesquisa de Mauro Prais baseada em informações da trajetória esportiva de Adão Antonio Brandão, o maior
atleta da história do Vasco e autor do primeiro gol oficial. Reportagens intituladas
"Os Grandes Amadores", de Giampaoli Pereira, publicada em seis partes
no Jornal dos Sports, de 12/12/1952 a 19/12/1952.
[5] Fonte:
Jornal dos Sports, 13 maio de 1954,
[6] relata
Álvaro do Nascimento Rodrigues, o Zé de São Januário, em sua coluna Uma
Pedrinha na Chuteira do Jornal dos Sports em 21 de Agosto de 1968.
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Vasco Revista Vida Sportiva 1917 |
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1916 CHUVA DE LARANJAS NA 3ª DIVISÃO
“Há de fato
uma coisa séria para o carioca: o football”
Cronista João do
Rio
1916 Chuva de Laranjas na 3ª Divisão
Após
obter filiação junto a Liga Metropolitana de Desportes Terrestres (LMDT), o
clube consegue se inscrever no campeonato[1] sabendo das dificuldades
que iria enfrentar até chegar a almejada divisão onde se encontravam os
principais times de futebol carioca. Naquele período o esporte já era o
favorito da população em todas as camadas sociais e a proliferação de clubes e
times de futebol era uma realidade incontestável.
No início de janeiro era eleito
presidente Marcílio Telles, um ex-remador mas que compreendia a nova época e
estava disposto a incluir o futebol como um esporte de destaque no clube.
Diga-se de passagem, quando Marcílio foi presidente do clube em 1911 ele já
havia esboçado a criação de um departamento de futebol mas fora vetado pelos principais
associados e dirigentes ligados ao remo. Agora o momento era mais propício para
levar seu projeto adiante.
Os
atletas do remo sabiam que a cada ano a febre do “esporte bretão” contagiava
uma massa de novos praticantes e assistentes. No entanto, a vida dos torcedores
vascaínos foi dura no primeiro campeonato e a realidade era que ainda não
contávamos com um elenco à altura da tradição do remo. Uma campanha lastimável
termina com a última colocação.
A
estréia em jogos oficiais seria no dia 3 de maio no campo do Botafogo na rua General
Severiano. Uma derrota por 10 a 1. Para comemorar somente a proeza do gol de
Adão António Brandão, um atleta campeão do remo, além de praticar atletismo,
ciclismo e outras modalidades esportivas. O jogador seria uma das figuras
lendárias na história do clube, dedicando toda a sua vida como atleta e, depois,
como conselheiro.
Reza
a lenda que os sócios do clube jogaram laranjas nos jogadores quando retornaram
para a sede de Santa Luzia, afinal aquele placar não era comum nos jogos de
futebol e a humilhação atingia o nome do clube, campeão do remo.
A
certeza de todos os associados aficcionados pelo clube e pelo futebol era de
que seria preciso reformular o departamento de futebol e procurar atletas dos
outros times do subúrbio para reforçar o elenco.
A
primeira vitória (e única!) aconteceu em outubro diante do River F.C. no campo
do São Cristovão. O campeão foi o Icarahy. Os outros clubes que disputaram a Terceira
Divisão foram: Parc Royall (Progresso) e Brasil.
Entre
as novidades no futebol brasileiro estava a fundação da Confederação Brasileira
de Desportes (CDB) entidade que comandaria o destino do futebol nos anos
seguintes.
Fonte: Livro “100 anos da
Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
[1]
De acordo com o jornal Tico-tico de 9 de fevereiro de 1916, “o campo oficial do
Vasco será o do Botafogo F. Club, a rua General Severiano, usando os jogadores
o seguinte uniforme: calção branco. Camisa preta com punho e gola brancos”
Vasco Revista Tico Tico 1916 |
domingo, 24 de setembro de 2017
VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1915 O SPORT FAVORITO DOS CARIOCAS
“os homens em ação, as doutrinas militantes, os atos de
arrebatamento
e bravura tornam os índices nos quais as pessoas passam a se
inspirar”
Nicolau Sevcenko, historiador
1915 O Sport Favorito dos Cariocas
Tricampeão de remo da
cidade, o Vasco iniciava temporada daquele ano fazendo uma regata íntima, uma atividade comum entre os clubes
náuticos para promover o lazer entre os seus sócios e atletas. O jornal Gazeta
de Notícias noticiou a festa vascaína realizada: “na Avenida Rio Branco em frente
ao Monroe (palácio que não existe mais) foi armado um palanque de onde os
sócios e convidados do simpático centro náutico assistiram a disputa dos
diversos páreos (...) grande era a assistência que aplaudia os vencedores”[1]
Mas o assunto que despertou o maior
interesse neste ano veio com o criação do Departamento de futebol do Vasco que
surge depois da extinção do Lusitânia. O Lusitânia Sport Club foi fundado em
1914 por vários membros da colônia portuguesa. Um dos principais organizadores
do novo clube era Álvaro Nascimento Rodrigues, também conhecido como Cascadura,
ou Zé de São Januário (jornalista e futuro Benemérito do Vasco).
O interesse maior dos seus
associados era de reunir os seus atletas (todos portugueses) em disputas
internas, no entanto, um grupo dissidente achava que o melhor caminho era fazer
como os outros clubs de imigrantes que não restringiam a presença de sócios
pela nacionalidade. Este grupo era minoritário e teve que aceitar a negativa da
Liga Metropolitana de sua filiação.
No final de 1915, este mesmo grupo
se rearticulou para fazer uma fusão com o Vasco e conseguir superar duas
barreiras: a entrada na Liga principal de futebol no Rio de Janeiro e vencer a
resistência de associados cruzmaltinos que não desejavam a presença do futebol
no clube.
Em uma assembléia Extraordinária no
mês de novembro, o presidente do Vasco da Gama, Raul da Silva Campos, conseguiu
o apoio necessário e ficou deliberada a criação da seção de futebol. Muito contribuiu
para isso atuação de Dionísio Teixeira[2], sócio da Soto Mayor &
Cia, uma importante empresa mercantil, que com o seu prestígio conseguiu
reverter a oposição de alguns vascaínos e ainda levou para o clube vários
associados do Lusitânia.
O momento era o melhor possível para
aproximar o clube de um esporte que contagiava toda a cidade. De acordo com o
jornal O Imparcial, de 1907 até 1915, o número de clubes de futebol havia
triplicado. “Se em 1907 constavam do noticiário dos grandes jornais 77 clubes de
diferentes perfis sociais, em 1915 apareciam 216 (...) essa proliferação de
clubes teve como conseqüência imediata e surgimento de novas ligas e
campeonatos”, conclui o historiador Leonardo Miranda, autor de Footballmania
(2000, p.121).
Fonte: Livro “100 anos da
Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
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