É criada a Associação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro (ASTORJ), fruto de uma tentativa de maior entrosamento e de uma abertura para o diálogo entre os representantes das Torcidas de times rivais, a congregação dos interesses comuns dos torcedores em geral e das Torcidas Organizadas, em particular, sob o lema geral estampado no símbolo de sua camisa: “Congregar, Congraçar, Unir”.
Este movimento foi desencadeado pelos líderes das principais Torcidas do Rio de Janeiro: Cláudio Cruz e Roberto Branco da Raça Rubro Negra; Eli Mendes da Força Jovem do Vasco; Niltinho da Torcida Jovem do Flamengo; Seu Armando da Young-Flu; Russão da Torcida Folgada do Botafogo, entre outros.
Foi uma tentativa de agrupamento em torno de interesses comuns.
Entre 1981 e 1984, torcedores fazem piquetes e boicotes pela redução do preço dos ingressos, entre outras reivindicações.
Mas no fim da década a violência urbana explode e o futebol acompanha isso.
Latente e difusa durante certo tempo entre os torcedores, a idéia seria materializada e concretizada em 1981, por iniciativa de Armando Giesta, então líder da Torcida do Fluminense, a Young-Flu.
Ao todo, a Associação contaria com cerca de quinze anos de existência.
Seu primeiro Presidente seria o próprio idealizador, que ficaria à sua frente entre 1981 e 1983.
Em seguida, ela seria comandada por Wilson Amorim, da Bancica, uma Torcida Organizada do Bangu, indo de 1984 a 1986.
Em seguida, ela seria comandada por Wilson Amorim, da Bancica, uma Torcida Organizada do Bangu, indo de 1984 a 1986.
Dentro da rotatividade prevista para as lideranças segundo a diversidade de Torcidas de cada Clube, o Presidente seguinte foi Roberto Branco, da Raça Rubro-Negra, que presidiu a ASTORJ entre 1987 e 1989.
Sem passar pelas lideranças de Torcida de Vasco e Botafogo, que viam com reservas a entidade, o comando retornou a Armando Giesta e durou até meados da década de 1990, quando a entidade foi dissolvida, em meio à falta de representatividade e à incapacidade de sanar o principal estigma que acometia e pesava sobre as Torcidas Organizadas: as rixas, as brigas, os confrontos, numa palavra, a violência.
Vale dizer que uma associação similar existiu em São Paulo, tendo sido lançada cinco anos antes (1976) que no Rio de Janeiro.
A instituição da ATOESP (Associação das Torcidas Organizadas do Estado de São Paulo) remonta suas origens ao final da década de 1970.
Ela foi Presidida de início por Flávio de La Selva, fundador dos Gaviões da Fiel, embora pouco se saiba acerca de seu funcionamento.
Ela foi Presidida de início por Flávio de La Selva, fundador dos Gaviões da Fiel, embora pouco se saiba acerca de seu funcionamento.
No caso das Torcidas cariocas, o propósito e a justificativa imediata para a sua criação foram a reivindicação de um assento e do direito a voto no Conselho Arbitral da Federação de Futebol do Estado do Rio (FERJ), então sob gestão de Otávio Pinto Guimarães, a fim de influenciar no processo decisório sobre uma polêmica questão e muito concreta na época: o preço dos ingressos.
ASTORJ abrangia ainda o controle sobre a distribuição das credenciais aos Chefes de Torcida, até então concedida diretamente a cada Líder, para a entrada gratuita nos jogos, e a solicitação de uma Sala para a entidade nas dependências do complexo do Estádio do Maracanã – além das Salas já existentes, restritas a uma por Clube –, medidas cuja autorização competia por seu turno à SUDERJ e, portanto, ao Governo do Estado.
“A princípio fui contra a criação da ASTORJ, a Associação de Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro, concebida por seu amigo Armando Giesta, e admite que participou muito pouco da entidade. A sede funcionava no Maracanãzinho, com reuniões às segundas-feiras à noite. A associação não decidia nada, apenas deliberava quem teria direito às credenciais. Foi centralizadora e, a seu ver, tirou força das pessoas efetivamente ligadas às torcidas organizadas. As greves das Torcidas contra o aumento dos ingressos ocorreram, foi um movimento geral de união, mas não passaram de maneira exclusiva pela ASTORJ”. Disse Sérgio Aiub da Torcida Jovem Flu.
“A princípio fui contra a criação da ASTORJ, a Associação de Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro, concebida por seu amigo Armando Giesta, e admite que participou muito pouco da entidade. A sede funcionava no Maracanãzinho, com reuniões às segundas-feiras à noite. A associação não decidia nada, apenas deliberava quem teria direito às credenciais. Foi centralizadora e, a seu ver, tirou força das pessoas efetivamente ligadas às torcidas organizadas. As greves das Torcidas contra o aumento dos ingressos ocorreram, foi um movimento geral de união, mas não passaram de maneira exclusiva pela ASTORJ”. Disse Sérgio Aiub da Torcida Jovem Flu.
Fonte: "O Clube Como Vontade e Representação, O Jornalismo Esportivo e a Formação das Torcidas Organizadas do Futebol do Rio de Janeiro" de Bernardo Borges Buarque de Hollanda da Editora 7 Letras.
Fundada em 16 de junho de 1981, como Associação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro – ASTORJ, a mesma foi idealizada por torcedores ilustres e grandes baluartes das arquibancadas cariocas. E tiveram como missão manter um diálogo democrático entre todas as torcidas organizadas e propagar uma voz única em prol dos direitos dos torcedores.
Contudo, a ASTORJ foi dissolvida no em 1993, quando foi extinta por falta de representatividade e em razão do recrudescimento das brigas e da inimizade entre os componentes dos grupos rivais.
No entanto, durante pouco mais de uma década, essa entidade manteve reuniões semanais regulares, sempre às segundas-feiras, no Maracanã. Entre outras conquistas, a ASTORJ obteve o direito a vinte e três salas dentro do Estádio Mário Filho e promoveu rodadas de negociação com o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), à época o Sr. Otávio Pinto Guimarães. Em parceria com a ASTORJ, a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro concebeu em 1991 a criação do GEPE, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios, que se tornou hoje uma referência para a polícia em termos nacionais. Além disso, a ASTORJ protagonizou greves e boicotes contra o aumento do preço dos ingressos, em um momento histórico da vida brasileira em que a inflação corroía, dia a dia, semana a semana, o salário dos trabalhadores e das classes populares. Dentre as lideranças da época, destacam-se, entre outros: Seu Armando (Young Flu), Cláudio Cruz, Branco e Bocão (Raça Rubro-Negra), Eli Mendes (Força Jovem do Vasco), Roberto (Falange Rubro-Negra), César Amâncio (TOV), Sérgio Aiub (Torcida Jovem Flu) e Amorim (Bancica, Torcida Organizada do Bangu).
Fonte: Livro A voz da arquibancada Narrativas de lideranças da Federação de Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro (FTORJ) de Bernardo Borges Buarque de Hollanda; Jimmy Medeiros e Rosana da Câmara Teixeira da Editora 7 Letras 2015
Fundada em 16 de junho de 1981, como Associação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro – ASTORJ, a mesma foi idealizada por torcedores ilustres e grandes baluartes das arquibancadas cariocas. E tiveram como missão manter um diálogo democrático entre todas as torcidas organizadas e propagar uma voz única em prol dos direitos dos torcedores.
Contudo, a ASTORJ foi dissolvida no em 1993, quando foi extinta por falta de representatividade e em razão do recrudescimento das brigas e da inimizade entre os componentes dos grupos rivais.
No entanto, durante pouco mais de uma década, essa entidade manteve reuniões semanais regulares, sempre às segundas-feiras, no Maracanã. Entre outras conquistas, a ASTORJ obteve o direito a vinte e três salas dentro do Estádio Mário Filho e promoveu rodadas de negociação com o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), à época o Sr. Otávio Pinto Guimarães. Em parceria com a ASTORJ, a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro concebeu em 1991 a criação do GEPE, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios, que se tornou hoje uma referência para a polícia em termos nacionais. Além disso, a ASTORJ protagonizou greves e boicotes contra o aumento do preço dos ingressos, em um momento histórico da vida brasileira em que a inflação corroía, dia a dia, semana a semana, o salário dos trabalhadores e das classes populares. Dentre as lideranças da época, destacam-se, entre outros: Seu Armando (Young Flu), Cláudio Cruz, Branco e Bocão (Raça Rubro-Negra), Eli Mendes (Força Jovem do Vasco), Roberto (Falange Rubro-Negra), César Amâncio (TOV), Sérgio Aiub (Torcida Jovem Flu) e Amorim (Bancica, Torcida Organizada do Bangu).
Fonte: Livro A voz da arquibancada Narrativas de lideranças da Federação de Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro (FTORJ) de Bernardo Borges Buarque de Hollanda; Jimmy Medeiros e Rosana da Câmara Teixeira da Editora 7 Letras 2015
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