A transitoriedade do dirigente nos cargos era contraposta à permanência do torcedor nas arquibancadas, razão pela qual havia sido criada no ano anterior a ASTORJ, a Associação de Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro, entidade com uma clara postura reivindicatória que colocava os líderes de torcida como partícipes do evento.
A lista de reivindicações era divulgada pelo Jornal dos Sports, com exigências e cobranças alternadas ao oferecimento de contribuições, tais como a colaboração com a polícia nas campanhas de pacificação dos Estádios e a reabilitação dos concursos de Torcida, cuja última grande edição havia sido em 1973.
Presente ao debate, Dulce Rosalina era a única remanescente dos primeiros líderes de Torcida das décadas de 1940, 50 e 60. Ela estava então no comando de um grupo pequeno, a Renovascão.
De todo modo, graças a seu prestígio na imprensa esportiva, a imagem de Dulce parecia mais adequada à de uma torcedora-símbolo do que à de uma líder de grupo.
De todo modo, graças a seu prestígio na imprensa esportiva, a imagem de Dulce parecia mais adequada à de uma torcedora-símbolo do que à de uma líder de grupo.
Pelo Botafogo, João Faria da Silva, o popular Russão, ex-freqüentador da Geral, que ingressara na Torcida Organizada do Botafogo a convite de Tolito e que a recriara em 1981 sob o nome de Torcida Folgada.
Os tricolores faziam-se presentes com Helena Lacerda, da Fiel Tricolor, com Armando Giesta, Presidente da Young-Flu e idealizador da Astorj, e com Sérgio Aiub, da Organizada Jovem-Flu.
Os torcedores banguenses eram compostos por Antero, da Bancica, por Wilson Amorim, do Círculo de Amigos do Bangu, diretor e representante do Clube nas Federações esportivas.
Já os Vascaínos figuravam com Eli Mendes e com Antônio Vicente, também da Força Jovem e com a já mencionada Dulce Rosalina.
O único representante dos rubro-negros chamava-se José Francisco, mais conhecido como Banha, Presidente da Torcida Jovem do Flamengo.
A apresentação era concluída com Nilo Sérgio, Vice Presidente da Torcida Organizada do América.
O entrosamento e o projeto comum das lideranças presentes não impediam o debate e a preocupação com relação à imagem e ao poder recém conquistado pelos chefes de torcida.
A profusão de Torcidas Organizadas era decorrente, segundo a avaliação daquele segmento de torcedores, dos benefícios vislumbrados em tal atividade.
Havia indivíduos que se valiam da ocupação ao entrever alguma forma de beneficiamento, seja do clube seja da própria torcida, com sua atuação.
A venda informal de produtos – camisas, adesivos plásticos, chaveiros – proporcionava uma receita modesta, porém sua administração e seus dividendos geravam polêmicas.
Se por um lado a gestão de tal rendimento era importante para o sustento do grupo na reposição das peças de bateria, das bandeiras e de outros instrumentos, por outro ela dava margem à aquisição de lucro por parte do Chefe, o que criava suspeita de vantagens e de destinos escusos.
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| Força Jovem Maracanã 1982 |







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