domingo, 24 de setembro de 2017

VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1915 O SPORT FAVORITO DOS CARIOCAS

                       “os homens em ação, as doutrinas militantes, os atos de arrebatamento 
                      e bravura tornam os índices nos quais as pessoas passam a se inspirar”
                                                    Nicolau Sevcenko, historiador


1915                O Sport Favorito dos Cariocas

        Tricampeão de remo da cidade, o Vasco iniciava temporada daquele ano fazendo uma regata  íntima, uma atividade comum entre os clubes náuticos para promover o lazer entre os seus sócios e atletas. O jornal Gazeta de Notícias noticiou a festa vascaína realizada: “na Avenida Rio Branco em frente ao Monroe (palácio que não existe mais) foi armado um palanque de onde os sócios e convidados do simpático centro náutico assistiram a disputa dos diversos páreos (...) grande era a assistência que aplaudia os vencedores”[1]
            Mas o assunto que despertou o maior interesse neste ano veio com o criação do Departamento de futebol do Vasco que surge depois da extinção do Lusitânia. O Lusitânia Sport Club foi fundado em 1914 por vários membros da colônia portuguesa. Um dos principais organizadores do novo clube era Álvaro Nascimento Rodrigues, também conhecido como Cascadura, ou Zé de São Januário (jornalista e futuro Benemérito do Vasco).
            O interesse maior dos seus associados era de reunir os seus atletas (todos portugueses) em disputas internas, no entanto, um grupo dissidente achava que o melhor caminho era fazer como os outros clubs de imigrantes que não restringiam a presença de sócios pela nacionalidade. Este grupo era minoritário e teve que aceitar a negativa da Liga Metropolitana de sua filiação.
            No final de 1915, este mesmo grupo se rearticulou para fazer uma fusão com o Vasco e conseguir superar duas barreiras: a entrada na Liga principal de futebol no Rio de Janeiro e vencer a resistência de associados cruzmaltinos que não desejavam a presença do futebol no clube.
            Em uma assembléia Extraordinária no mês de novembro, o presidente do Vasco da Gama, Raul da Silva Campos, conseguiu o apoio necessário e ficou deliberada a criação da seção de futebol. Muito contribuiu para isso atuação de Dionísio Teixeira[2], sócio da Soto Mayor & Cia, uma importante empresa mercantil, que com o seu prestígio conseguiu reverter a oposição de alguns vascaínos e ainda levou para o clube vários associados do Lusitânia.
            O momento era o melhor possível para aproximar o clube de um esporte que contagiava toda a cidade. De acordo com o jornal O Imparcial, de 1907 até 1915, o número de clubes de futebol havia triplicado. “Se em 1907 constavam do noticiário dos grandes jornais 77 clubes de diferentes perfis sociais, em 1915 apareciam 216 (...) essa proliferação de clubes teve como conseqüência imediata e surgimento de novas ligas e campeonatos”, conclui o historiador Leonardo Miranda, autor de Footballmania (2000, p.121).
Fonte: Livro “100 anos da Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.



[1] Fonte: Gazeta de Notícias, 27 de abril de 1915.
[2] Fontes: Blanc, Aldir. A cruz do Bacalhau, Rio de Janeiro, Ediouro, 2009, p.64 e Jornal O Correio da Manhã de 07 de agosto de 1927.

Vasco foto site sempre vasco

Nenhum comentário:

Postar um comentário