“Vascaínos,
avante é lutar/ Sempre o Vasco venceu quando quis” Primeiro
hino do clube
1920 Pic Nic do Vasco
O futebol ainda não era o esporte
principal da torcida vascaína em 1920 embora, como paixão esportiva carioca, já
tivesse superado o remo em popularidade há alguns anos. No entanto, para os
sócios e adeptos do Vasco o melhor era acompanhar o remo e as vitórias de seus
atletas. Assim foi em 1920 quando o clube comemora mais um campeonato. Entre as
festividades para celebrar mais um título estava o tradicional piquenique (pic
nic, como se escrevia na época) entre os atletas e associados. A imprensa
noticiava estas atividades com fotografias em que aparecem muitas mulheres
perfiladas posando para fotos, imagens de casais dançando e uma barca lotada
com a bandeira do Vasco tremulando no alto. Duas publicações deram muito
destaque a esta atividade recreativa: a tradicional revista de variedades O
Careta e o Jornal das Moças. Este periódico era destinado ao público feminino e
as novidades no comportamento das mulheres ainda marcado pelo machismo reinante
na sociedade. A presença delas nos estádios de remo e de futebol ainda era
significativa mas ao longo de toda a década de 1920 seu afastamento será progressivo.
Enquanto o remo vascaíno brilhava, o
time de futebol chegou em quarto lugar no campeonato da segunda divisão, mas
disputou até a última rodada a vice-liderança. Mesmo em um campeonato sem o
charme da primeira divisão, os jornais já traziam notícias do certame com a
tabela dos jogos e a classificação. Entre os disputantes, a maioria era de
clubes do subúrbio: o Carioca (Jardim Botânico), o Helênico (Rio
Comprido), Campeão da Terceira Divisão no lugar do Cattete (Catete) que
desistiu do futebol, o Americano (Engenho de Dentro), o Mackenzie (Méier), o
Vasco da Gama (Centro), o Rio de Janeiro (Maracanã), o Progresso (Centro), o
Esperança (Bangu), o River (Piedade) e o S. C. Brasil (Praia Vermelha).
Sem
um estádio próprio o Vasco disputava suas partidas alugando os campos de vários
times da primeira e da segunda divisão. Seu futuro estádio em 1922 viria com o
aluguel do campo do Rio de Janeiro, no Maracanã, na rua Moraes e Silva.
No
final do ano ocorrem as eleições para presidente em clima de muita disputa com
a eleição de Francisco da Silva que ficaria pouco tempo no cargo saindo em
seguida por motivo de saúde. Em seu lugar assumiu Antônio de Almeida Pinho,
rico industrial conhecido como “Magnata do Ferro”. Uma de suas promessas de
campanha era restabelecer a atividade
social dos chás de sexta-feira na sede do clube na praia de Santa Luiza.
Os
anos 1920 se iniciavam e neste período foi relaizado um censo demográfico no
país. Na cidade do Rio de Janeiro moravam cerca de 1.100.000 de pessoas, com a
presença de mais de 200.000 portugueses. Muitos destes chegaram no país a pouco
tempo. A maioria absoluta era pobre e veio tentar a sorte no país. Dos
residentes, muitos estavam integrados ao comércio. Todos estes novos e antigos
moradores da cidade vão se juntar a uma massa de moradores da zona norte que
aos poucos iriam conhecendo um clube do qual se identicariam como nenhum outro:
o Club de Regatas Vasco da Gama.
Em
São Paulo, pela primeira vez, um clube de origem na comunidade de imigrantes
italianos, o Palestra Itália, conquista o título com direito a uma festa
memorável nas ruas e na sede do clube. Apesar das semelhanças com o Vasco em
função de serem clubes identificados com
os imigrantes, a agremiação paulista mantinha um perfil de atletas exclusivamente
de brancos, além de não praticar outros esportes. Nesta década, ambos os clubes
possuirão as maiores torcidas nas respectivas cidades.
Fonte: Livro “100 anos da Torcida Vascaína”,
escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
Vasco Revista Careta 1920 |
Vasco Jornal das Moças 1920 |
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