terça-feira, 23 de maio de 2017

TORCIDA DO VASCO 1936: AFONSO SILVA, APELIDO POLAR

Ultrapassada a fase pioneira inaugurada pelo destemido Paradantas, o segundo nome a surgir na cena da Torcida Vascaína foi de Afonso Silva, apelido Polar. 
Assim denominado por causa de uma nova e badalada marca de sorvete por ele mesmo lançada no mercado carioca. Mulato sestroso, comunicativo, engraçado e respeitoso, Polar gostava de vestir-se no rigor da moda trajando terno completo de flanela importada ou, então, metido no mais puro e caro linho irlandês.
Bandas ou Charangas não existiam ainda. Em compensação, existia a presença, muito bem posta, do Líder na frente das Sociais brandinho sua bengala de junco, a semelhança do que acontecia nos jogos de rugby e baseball americano, que o cinema mostrava.
Era o tempo do “entra Vasco que o marido é sócio”, uma legenda gaiata que Polar soube substituir por outra: “Viva o Vasco, campeão de terra e mar!”
Nesse passo, Polar varou anos a fio percorrendo os Estádios e convidando o público a participar de seu entusiasmo.
Ele resistiu praticamente, até a época do grande e fascinante Concurso que Jornal dos Sports promoveu em 1936, com o objetivo de escolher o Embaixador da Torcida Brasileira na Copa do Mundo. Muito tentador, oferecia aos vencedores passagem de ida-e-volta a Paris, além de um cheque de 10 mil francos (dinheiro de virar a cabeça de qualquer um).
Inúmeros Chefes de Torcida, e pretendentes a isso, participaram do Concurso.
Na onda do Prêmio, todos eles gastaram o que tinham. E o Clube, ajudando. E os sócios gastando. 
E o homem da rua, de chapéu na mão, colaborando para engrossar a caixa de amparo dos candidatos. Um negócio realmente tão fantástico que só na primeira apuração foram recolhidos mais de 100 mil cupons de dezenas de urnas espalhadas pela cidade.
Perdendo a parada para Oswaldo Meneses, do Flamengo, que nem Chefe de Torcida jamais chegou a ser.
“Polar murchou o ímpeto de continuar na guerra.”
Teve o consolo de ver a filha, Leonor Silva, morena muito bonita, vencer o páreo das Embaixatrizes. Mas não foi, de qualquer maneira, o que animou a continuar de bastão em punho dirigindo a moçada Vascaína.
Fonte: Jornal dos Sports 06 de Maio de 1976

Torcida do Vasco Polar Jornal dos Sports 1976

Torcida do Vasco Polar Jornal dos Sports 1976

Nenhum comentário:

Postar um comentário