“Era o delírio do Rowing. Os dias de regatas
tornavam-se acontecimentos urbanos”
Cronista João do Rio
1905 Salve o Almirante Negro
Vários clubes no Brasil
tiveram na sua história capítulos importantes na luta contra a discriminação
racial no Brasil, mas poucos podem se orgulhar de tantos momentos decisivos
para a superação do preconceito racial quanto o Vasco. Neste ano tivemos o
primeiro presidente negro: Cândido de Araujo.
Candido fazia parte de um grupo de
associados que terá um papel preponderante nos rumos do clube nos próximos anos
quando alcançará suas primeiras grandes vitórias no remo: “era o Grupo dos
XIII, de onde despontava o seu presidente (...) os irmãos Carvalho Silva;
Anibal Peixoto; dentre outros. Foram esses sócios pioneiros que, na ausência do
seu presidente honorário Alberto Carvalho Silva, determinaram os caminhos de
glória do Vasco’[1].
E foi o próprio Alberto o
responsável por trazer da Europa um barco moderno que mudaria a história do
clube que “precisava adquirir uma yole de primeira linha, encomendada em
fevereiro de 1905, foi fabricada na França pelo estalaleiro Dossumet, ao custo
de Fr 4.028,20”[2]
Para coroar o ano de sucesso o clube
vencia seu primeiro campeonato no remo. Um importante site vascaíno[3] resume as condições que
levaram a conquista inédita naquele ano: “com três anos de paz política, uma
centena de remadores inscritos na União, uma nova flotilha e um quadro social
motivado, o Vasco estava pronto para vencer. Na regata de junho, cinco
primeiros lugares. Na seguinte seria disputada a prova do campeonato e foi
nesse dia, 24 de setembro de 1905, que a Yole 8 “Procellaria” deslizou nas
águas da Enseada de Botafogo e deu ao Vasco o primeiro título de sua história”.
Depois de ficar sem sua sede em
função das Reformas que afetaram a região central do Rio de Janeiro, o clube
ficou provisoriamente em uma nova sede instalado pela prefeitura na rua Luiz de
Vasconcellos, n.º 14, até sua transferência definitiva para a sede da Rua Santa
Luzia no ano seguinte.
Paralelamente,
os poucos clubes de futebol organizados criavam na sede do Fluminense uma Liga
com a proposta de, no ano seguinte, iniciar a competição de um campeonato na
Capital Federal. Os dias de hegemonia absoluta do remo estavam seriamente
ameaçados.
Fonte: Livro “100 anos da
Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
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