domingo, 6 de agosto de 2017

VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1901 VIVA OS ROWINGS VASCAÍNOS!

                      “as camadas populares estavam sempre presentes nos eventos náuticos”
                                                     Victor Melo – historiador do Remo

1901               Viva os Rowings Vascaínos!

              A existência prolongada de um clube ou de qualquer outra instituição depende de inúmeros fatores. Ao comemorar 100 anos em 1998, muitas histórias de glórias e feitos heróicos foram revividos pelos vascaínos. Porém, uma parte dessa história é jogada para debaixo do pano. São os momentos de brigas, tensões e disputas internas, comuns ao longo dos anos. Reviver esses momentos nos ajudam a entender o quanto foi difícil manter uma instituição funcionando por mais de um século, quando problemas internos quase que não deixam o clube chegar nem ao 5° ano de vida.
Um grupo de oposição ao presidente Leandro Martins resolveu, em fevereiro de 1901, modificar o que ficou estabelecido no final do ano anterior e criou uma verdadeira revolta promovendo uma série de ações que dividiu os sócios e impediu o bom funcionamento do clube. Terminou quando “o grupo insatisfeito abandona o Vasco, se juntando ao Internacional de Regatas. Alguns eram homens que contribuíram muito com clube no seu começo, o remador e técnico José Lopes de Freitas estava entre eles, mas que agora desferiam um golpe quase mortal no Vasco”[1].
Apesar das adversidades o clube e seus associados seguiam em frente e realizaram um “pic nic” na Ilha do Engenho[2] (São Gonçalo) em comemoração ao terceiro aniversário do grêmio e como forma de integrar mais a família vascaína. A realização de atividades recreativas (como passeios e festas) somadas às esportivas foram fundamentais para a formação da nossa identidade clubística e um bom meio de exprimir sua diferença dos outros clubes. De todas as associações de regatas, o Vasco foi aquele que mais procurou ultrapassar o caráter esportivo criando inúmeras redes de solidariedade entre os seus associados. Em muitos pic nics eram levantados recursos para ajudar os mais necessitados, por exemplo.
Como toda a crise do ano foi superada é um grande mistério. Mas a força dos sócios mais abnegados foi, talvez, a melhor explicação para o clube continuar existindo. Nos próximos anos as lutas para o clube se afirmar ainda seriam muitas. Certamente a força de vontade dos remadores dando o exemplo de obstinação pelo clube, falou mais alto.
Fonte: Livro “100 anos da Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.


[1] Fonte;www.paixaovascao.com.br
[2]De acordo com informações do site www.semprevasco.com: “a ilha era de propriedade de Henrique Lage, sendo posteriormente repassada à administração do Corpo de Fuzileiros Navais, permanecendo sob a tutela da Marinha até hoje. Naquele tempo o acesso era livre”.


Vasco Revista da Semana 1901

Vasco Revista da Semana 1901


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