“as camadas
populares estavam sempre presentes nos eventos náuticos”
Victor Melo – historiador do Remo
1901 Viva os Rowings Vascaínos!
A existência prolongada de um clube ou de qualquer outra instituição
depende de inúmeros fatores. Ao comemorar 100 anos em 1998, muitas histórias de
glórias e feitos heróicos foram revividos pelos vascaínos. Porém, uma parte
dessa história é jogada para debaixo do pano. São os momentos de brigas,
tensões e disputas internas, comuns ao longo dos anos. Reviver esses momentos
nos ajudam a entender o quanto foi difícil manter uma instituição funcionando
por mais de um século, quando problemas internos quase que não deixam o clube
chegar nem ao 5° ano de vida.
Um
grupo de oposição ao presidente Leandro Martins resolveu, em fevereiro de 1901,
modificar o que ficou estabelecido no final do ano anterior e criou uma
verdadeira revolta promovendo uma série de ações que dividiu os sócios e
impediu o bom funcionamento do clube. Terminou quando “o grupo insatisfeito
abandona o Vasco, se juntando ao Internacional de Regatas. Alguns eram homens
que contribuíram muito com clube no seu começo, o remador e técnico José Lopes
de Freitas estava entre eles, mas que agora desferiam um golpe quase mortal no
Vasco”[1].
Apesar
das adversidades o clube e seus associados seguiam em frente e realizaram um
“pic nic” na Ilha do Engenho[2] (São Gonçalo) em
comemoração ao terceiro aniversário do grêmio e como forma de integrar mais a
família vascaína. A realização de atividades recreativas (como passeios e
festas) somadas às esportivas foram fundamentais para a formação da nossa identidade
clubística e um bom meio de exprimir sua diferença dos outros clubes. De todas
as associações de regatas, o Vasco foi aquele que mais procurou ultrapassar o
caráter esportivo criando inúmeras redes de solidariedade entre os seus
associados. Em muitos pic nics eram levantados recursos para ajudar os mais
necessitados, por exemplo.
Como
toda a crise do ano foi superada é um grande mistério. Mas a força dos sócios
mais abnegados foi, talvez, a melhor explicação para o clube continuar
existindo. Nos próximos anos as lutas para o clube se afirmar ainda seriam
muitas. Certamente a força de vontade dos remadores dando o exemplo de
obstinação pelo clube, falou mais alto.
Fonte: Livro “100 anos da
Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.
[1] Fonte;www.paixaovascao.com.br
[2]De
acordo com informações do site www.semprevasco.com: “a ilha era de propriedade de Henrique Lage, sendo
posteriormente repassada à administração do Corpo de Fuzileiros Navais,
permanecendo sob a tutela da Marinha até hoje. Naquele tempo o acesso era
livre”.
Vasco Revista da Semana 1901 |
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